O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá receber os presidentes das centrais sindicais para discutir o valor do novo salário mínimo. A reunião ainda não tem data marcada, mas deverá ocorrer entre dos dias 15 e 20 de dezembro. Esse foi o saldo da manifestação que seis centrais sindicais realizaram hoje (29) para reivindicar um salário mínimo de R$ 400, correção de 13% nos valores da tabela de recolhimentos do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e redução da jornada de trabalho de 40 horas para 36 horas semanais.
Os sindicalistas foram recebidos pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, num encontro do qual participaram os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, além do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal. "A reunião não foi conclusiva", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, após o encontro.
Em entrevista à rádio Eldorado, o ministro Luiz Marinho adiantou que não será possível atender à reivindicação de um mínimo de R$ 400. Ele já declarou em outras ocasiões, porém, que considera R$ 340 um bom ponto de partida para a negociação. Já a correção da tabela do IRPF conta com a oposição da Receita Federal. O secretário-adjunto Ricardo Pinheiro classificou a proposta de "papo de viúva da inflação".
O mau tempo atrapalhou a manifestação, que começou ontem com uma "carreata" que saiu de São Paulo em direção a Brasília. Organizada por Força Sindical, CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), CUT (Central Única dos Trabalhadores), SDS (Social Democracia Sindical), CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dosTrabalhadores do Brasil) a manifestação contou com cerca de 25 mil participantes, segundo seus organizadores. No entanto, o ponto alto, que seria uma concentração na Esplanada dos Ministérios, não ocorreu por causa da chuva. Foi substituída por uma "carreata" em frente aos ministérios.