Adana (Turquia) – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, praticamente descartou nesta segunda-feira (14) a participação do Brasil na missão de paz a ser organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano, como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo armado libanês Hizbollah.
?Vamos dar todo o apoio político e humanitário que estiver a nosso alcance. Mas dificilmente participaremos desta missão de paz no Líbano. Estamos, digamos, muito ocupados em missões no Haiti e no Timor Leste?, afirmou o chanceler, pouco depois de chegar a Adana, na Turquia, onde os brasileiros resgatados no Líbano embarcam rumo ao Brasil.
Amorim desembarcou na cidade turca por volta de 21h desta segunda-feira, no horário local, e embarca amanhã às 9h para Beirute, no Líbano, onde fará a entrega de um carregamento com nove toneladas de remédios, roupas e alimentos.
De acordo com o Itamaraty, o ministro irá transmitir às autoridades libanesas ?mensagem de solidariedade do governo e do povo brasileiros com a nação irmã do Líbano? e expressar a ?aspiração de que, na seqüência dos trágicos acontecimentos do último mês, sejam redobrados os esforços da comunidade internacional e das partes diretamente envolvidas em busca de uma solução abrangente para os conflitos do Oriente Médio?.
A primeira grande missão de paz da qual o Brasil participou foi no Oriente Médio, com o patrulhamento da fronteira entre Egito e Israel. Entre 1957 e 1967, cerca de 6,5 mil militares participaram do Batalhão de Suez, como ficou conhecido. A missão terminou quando os israelenses e a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria, iniciaram a Guerra dos Seis Dias.