Após visita à capital haitiana, Porto Príncipe, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que considerou mais tranqüila a situação no país. Na terceira vez que vai ao Haiti em pouco mais de um ano, o ministro considerou que a "situação de segurança melhorou". "Bel-Air (bairro da capital) está tranqüila, embora continue exigindo segurança", disse.
Em virtude da rota diferente que o seu comboio fez do aeroporto até o hotel, o ministro disse não poder fazer uma comparação exata com a situação observada em suas visitas anteriores. "Na rota que seguimos há muito menos lixo na rua. Mesmo as pessoas que estão na rua revelam uma espécie de subemprego, de estarem, de alguma maneira, com uma atividade econômica, vendendo roupas de segunda mão. O que me impressionou foi o volume de construções no Haiti. Algum recurso está correndo", disse.
Segundo o ministro, há cerca de seis meses, quando esteve no Haiti, líderes políticos disseram que, no deslocamento para vê-lo, corriam risco de vida. "Hoje os partidos estão conversando uns com os outros. As conversas foram menos tensas", constatou.
Para amorim, no entanto, as eleições não vão resolver o "problema complexo do Haiti". Ele defendeu a permanência da comunidade internacional no país além do período eleitoral. "A maioria das pessoas com quem falei acha que a presença da força de paz por algum tempo é necessária e, certamente, uma presença em termos de cooperação econômica e técnica".
A permanência da força de paz por mais tempo no Haiti depende de decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "Mas eu confio que, da mesma maneira que a decisão foi tomada antes, prorrogada até fevereiro, seja novamente tomada", afirmou.