Mal passou o Natal e setores ligados ao comércio varejista se apressam a declarar que a tradicional ceia não lhes apeteceu na medida esperada. Dizendo de outro modo: as vendas no varejo foram as piores desde 2002. Cresceram apenas 4,1% em relação ao ano passado.
A informação não chega a constituir nenhuma surpresa além das previsões anunciadas há algum tempo, antecipando magra expectativa para as vendas natalinas. Infelizmente, a realidade não diferiu dos cálculos feitos pelas associações de lojistas dos maiores centros populacionais do País.
Baixa capacidade aquisitiva puxada pela renda comprimida da maioria dos assalariados, grande número de pessoas desempregadas e preços acima da média tiveram também sua carga negativa sobre a sazonal onda comprista do final de ano.
Todavia, é necessário ressaltar que o volume de vendas natalinas em 2005 acende mais um sinal de advertência no painel de controle da estabilidade de vôo da economia brasileira. Nos anos de 2003 e 2004, as vendas de Natal aumentaram 6% e 6,5% em relação aos anos anteriores.
Em 2005 o percentual diminuiu para 4,1%, pondo à mostra um indicativo da pressão baixista da renda pessoal e/ou familiar.
O presidente Lula prometeu mundos e fundos para 2006, embora todos saibam que de boas intenções o inferno está cheio. Mais que palavras, o momento nacional requer ação imediata.