Cedae quer indenização após vazamento de lama

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro deve entrar na Justiça, nesta segunda-feira (15), com ação indenizatória de perdas e danos contra o grupo controlador da Mineradora Rio Pomba Cataguases, segundo informações da Agência Brasil.

O rompimento de uma barreira mantida pelo grupo em Miraí, na última semana, provocou um vazamento de lama com bauxita que afetou municípios de Minas Gerais e do Estado do Rio de Janeiro.

O presidente da Cedae, Wagner Victer, explicou hoje à Agência Brasil que a ação pretende "garantir o direito" de reivindicar indenização pelas perdas sofridas no Estado do Rio, que continuam sendo contabilizadas. Apesar disso, ele estima que as perdas provocadas pelo acidente nos municípios fluminenses sejam superiores a R$ 1 milhão.

Victer solicitou ao Ministério Público que entre também com ação criminal, responsabilizando os controladores da mineradora pelo vazamento.

O presidente da Cedae contestou laudo divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), afirmando que não há contaminação das águas pela lama com bauxita nos municípios fluminenses afetados.

"Claro que está contaminando. Tanto que as águas estão paradas em Lajes de Muriaé", afirmou ele.

O laudo do Igam teria avaliado que não existiria componente químico tóxico na lama de bauxita que vazou nos rios Fubá e Muriaé na madrugada da quarta-feira.

Victer confirmou que não se trata de um produto cancerígeno, mas acrescentou que ele torna a água imprópria para o consumo humano e compromete a agricultura e a pesca. "É um acidente de graves proporções", disse ele.

Segundo o presidente da Cedae, por enquanto, só o município de Lajes de Muriaé foi atingido de forma ampla pelo problema. A Cedae mantém na região 50 carros-pipa.

Outro município, Itaperuna, está sendo monitorado a cada 30 minutos pelos técnicos da Cedae. "Mas, até o momento, o sistema de abastecimento de água de Itaperuna está ligado", afirmou.

Wagner Victer revelou, ainda, que, em outra cidade próxima de Itaperuna, São José de Ubá, a Cedae colocou uma bomba captando água de outro manancial, que não o rio Muriaé, para prevenir qualquer problema de atendimento à população.

Victer disse que amanhã, "ou a qualquer momento", dependendo do andamento dos fatos, ele poderá interromper o suprimento de água de Itaperuna.

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