Ceará pode ter segundo turno devido à força de Lula, diz Tasso

As eleições para o governo do Ceará deverão ocorrer em dois turnos. Com 71,53% dos votos apurados, o candidato do PSDB ao governo, senador Lúcio Alcântara, tem 49,5%, mas tudo indica que deverá disputar o segundo turno das eleições, contra o petista José Airton Cirilo, que tem 27,65%.

Lúcio Alcântara é do grupo político do ex-governador e candidato do PSDB ao Senado, Tasso Jereissati, e caso seja confirmado o segundo turno, será a primeira vez que o tucano terá sua hegemonia política no Estado ameaçada. Tasso afirmou que o apoio de Lula puxou votos para o candidato petista.

“Estou preparado para qualquer coisa que aconteça”, afirmou ontem Tasso, que foi três vezes governador do Ceará. José Cirilo, que disputou a eleição para o governo do Ceará em 1998 contra Tasso, começou na lanterninha da disputa, mas acabou subindo na preferência do eleitorado na mesma onda de crescimento do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. “Se tiver segundo turno, será a primeira vez que isso ocorre no Ceará”, observou o ex-governador, que deverá ser eleito para o Senado. Uma eventual vitória de Lúcio Alcântara ainda no primeiro turno seria por uma margem apertada de votos.

Há 16 anos no comando da política do Ceará, Tasso Jereissati apoiou informalmente a candidatura do presidenciável Ciro Gomes (PPS), seu afilhado político. E a queda vertigionosa de Ciro Gomes acabou refletindo na candidatura do tucano Lúcio Alcântara, que começou a corrida pelo governo do Ceará na dianteira. “O apoio do Lula está puxando o candidato do PT”, reconheceu Tasso Jereissati.

O senador Sérgio Machado, ex- aliado de Tasso Jereissati, estava em terceiro lugar na disputa pelo governo do Estado, com 13,02%. A expectativa era que Tasso se elegesse ontem como um dos senadores mais votados do País. A ex-mulher de Ciro Gomes, Patrícia Gomes, do PPS, também deveria ser eleita. “Ela (Patrícia) pode até receber mais votos do que eu porque tem o apoio informal de algumas parcelas do PT”, observou o ex-governador. Com a sua eleição e a de Patrícia Gomes, Tasso Jereissati mantém a hegemonia de seu grupo no Senado – o outro senador pelo Ceará é Luiz Pontes, do PSDB, também seu aliado político.

No Ceará, o PSDB está coligado formalmente com o PPB, mas tem uma aliança branca com o PPS de Ciro Gomes. Nestas eleições, a previsão era de que Tasso Jereissati elegesse menos deputados federais do que em 1998. Na época, da bancada de 22 deputados, a coligação do ex-governador elegeu 13 (12 tucanos e o Padre José Linhares, do PPB). Hoje, a previsão é que sejam eleitos oito tucanos e novamente o pepebista. O PMDB espera eleger sete deputados, segundo o presidente regional do partido, deputado Eunício Oliveira. Na Assembléia Estadual, Tasso Jereissati deverá manter a hegemonia: espera eleger 18 deputados do PSDB, do total de 46.

O Ceará tem 4,8 milhões de eleitores, dos quais 1,2 milhão está na capital. Nos últimos anos, Fortaleza é um reduto de oposição, onde Tasso não consegue vencer as eleições. Em 2000, o ex-governador lançou Patrícia Gomes para a prefeitura, que chegou em quarto lugar. Em 1998, Lula também venceu as eleições em Fortaleza, o que deverá ocorrer novamente nestas eleições.

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