CBF mantém critério antigo para a era Dunga na seleção

O discurso do técnico Dunga parece não estar afinado com as diretrizes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após assumir o cargo, o capitão do tetracampeonato mundial disse que só queria enfrentar adversários fortes. Ficou na vontade. A CBF já anunciou quatro amistosos até o fim do ano e apenas a Argentina se enquadra no perfil traçado pelo treinador. As demais partidas serão disputadas contra Noruega, País de Gales e Kuwait.

Dessas três seleções, a Noruega é a melhor posicionada no ranking da Fifa. Ocupa o 52.º lugar na tabela, atrás de equipes como Honduras, Egito, Bósnia, entre outras. E será o primeiro desafio da Era Dunga. O jogo, marcado para esta quarta-feira, já tinha sido agendado antes da Copa do Mundo – época em que o time era supervalorizado e exigia cota alta por tal fama.

A Ambev é o único patrocinador da seleção que tem por cláusula contratual o direito de organizar e marcar um jogo por ano. A empresa recebeu cerca de US$ 1,5 milhão do último amistoso realizado antes da Copa. Na época, a seleção enfrentou a Rússia, em Moscou, num piso muito castigado pela neve e com mais barro do que grama.

A CBF não deve faturar menos do que a quantia citada acima em cada um dos amistosos programados para depois da eliminação da equipe para a França, nas quartas-de-final do Mundial. Essa é a cota mínima exigida pela CBF para disputar partidas internacionais.

O ex-presidente da CBF, Giulite Coutinho, disse ao que ?o planejamento atual não atende ao enfoque técnico e de planejamento para a seleção?. ?Na verdade, ela (CBF) tem mais um fundo de cumprimento de contratos comerciais?.

O ex-dirigente defende ainda um processo de renovação da seleção brasileira, com a convocação de jogadores que atuam no País. ?A seleção precisa treinar internamente, com atletas disponíveis no mercado nacional. E, é claro, sem sacrificar os clubes brasileiros?.

Já o ex-treinador da seleção Carlos Alberto Silva criticou Dunga. ?Não sei qual direção ele vai seguir. Ao assumir (o cargo), disse que só iria convocar jogadores que atuam aqui. Depois, voltou atrás e chamou vários do exterior?, disse. Silva alerta para problemas com alguns adversários. ?Enfrentar seleções como Kuwait é um perigo, além de não representar nada. A obrigação de vencer é do Brasil. Se perder, sobra para o treinador. Ele tinha de pedir para encarar Alemanha, Itália, Inglaterra…?.

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