Rio – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai exigir que o presidente do Internacional, Fernando Carvalho, assine um documento com a confissão de isenção na ação movida na Justiça Comum, por um torcedor colorado ? contrário à anulação dos 11 jogos do Campeonato Brasileiro, envolvidos no escândalo da "Máfia do Apito". Hoje, para pressionar ainda mais o clube gaúcho, foi enviado à Federação de Futebol do Rio Grande do Sul um documento da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ameaçando de exclusão qualquer equipe do País que recorra a outra instância judicial, diferentemente da esportiva.
Na segunda-feira, o presidente do Internacional, Fernando Carvalho, disse ter acatado a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas que desistiu de recorrer à Fifa. Negou qualquer tipo de envolvimento com o advogado Leandro Konrad Konflanz que entrou na Justiça Comum para contestar as decisões proferidas pelo STJD.
Hoje a CBF conseguiu mais um trunfo em sua briga contra o clube gaúcho. A Conmebol mandou para a entidade um comunicado onde ameaçou expulsar de suas competições qualquer clube que ingresse ou se beneficie de vantagens obtidas na Justiça Comum. A entidade sul-americana explicou que o documento foi redigido por causa de notícias publicadas nos veículos de comunicação que mostram a contestação das decisões tomadas pelo SJTD em outra instância judicial, que não a desportiva.
O documento não citou o nome de qualquer clube, mas em um de seus trechos deixou evidente o ‘recado’ para o Internacional: "Tal exclusão também se aplicará a qualquer clube, que eventualmente se beneficie de decisões proferidas pela Justiça Comum, ainda que estas tenham sido impetradas por terceiros", informou a nota assinada pelo presidente da Conmebol, Nicolás Leóz, e seu secretário executivo, Eduardo Deluca.
E, para assegurar que o presidente do Internacional não voltará atrás em sua decisão, a CBF vai exigir que Carvalho assine um documento explicitando que não aceitará qualquer tipo de benefício que as ações na Justiça Comum possa lhe proporcionar. Outro receio dos dirigentes da confederação é o de que o presidente do Internacional "queira ganhar tempo" com a postura conformista adotada. A Agência Estado tentou falar com o dirigente, mas ele não respondeu às ligações até o início da noite.