Causa das contaminações em prótese de silicone não é idenficada

Campinas (AE) – Por falta de dados, não foi possível identificar a fonte das contaminações ocorridas em cirurgias de próteses mamárias de silicone em Campinas, notificadas no início deste ano, de acordo com um laudo divulgado hoje (21) pela Secretaria Municipal de Saúde. Pelo menos 41 pacientes tiveram infecções após o implante da prótese. O relatório aponta que o surto restringiu-se a Campinas.

A possibilidade de que a investigação não identificasse a causa das contaminações já havia sido apontada pelo coordenador de Vigilância Sanitária de Campinas, Vicente Pisani Neto, no início dos trabalhos.

Pouco mais de 500 prontuários de pacientes de implantes mamários em 12 hospitais da cidade foram analisados no processo de averiguação das infecções.

O laudo indica que a contaminação pode ter ocorrido durante o procedimento cirúrgico ou na produção das próteses.

Dos 41 casos de contaminação confirmados, 14 foram provocados por Mycobacterium não-tuberculosis; uma provável infecção por Mycobacterium não-tuberculosis; seis infecções causadas por outros agentes bacterianos; seis complicações pós-cirúrgicas e 14 casos inconclusivos.

O laudo foi produzido em conjunto pelo Centro de Vigilância Epidemiológica Professor Alexandre Vranjac, o Centro de Vigilância Sanitária Estadual e a Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas, que participaram da investigação epidemiológica com apoio da Agência nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

De acordo com o documento, os casos confirmados e o caso provável ocorreram em sete hospitais de Campinas. O relatório indica que "o surto pode ter sido associado às falhas em alguma etapa do processo de trabalho ou produto". A identificação da fonte não foi possível, informa o laudo, "em função da ausência de registros de informações em grande parte dos prontuários avaliados".

O documento aponta ainda que a impossibilidade de rastrear os medidores usados antes das cirurgias e a falta de registro desse material impediram sua associação com o surto. Também verifica que as contaminações confirmadas são relativas a cirurgias feitas por 12 médicos, o que torna inviável a associação dos casos a um profissional específico. O documento conclui, por fim, que em cada hospital foi identificada uma cepa diferente de Mycobacterium não-tuberculosis e "não houve situação em que a mesma linhagem da bactéria se disseminou entre diferentes hospitais no município".

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