Prestes a completar 51 anos, Tereza da Latinha, como é conhecida na cidade, vai trocar os cerca de R$ 200,00 que recebe por mês com a venda das latinhas para ganhar em torno de R$ 4 mil. Entre seus planos, está a compra de uma casa, com um vasto quintal, para que seu marido possa plantar e onde seu filho possa brincar. “Se ainda tiver tempo, quero continuar juntando latinhas, mas para ajudar outras pessoas que também precisam”, disse. Entre os projetos está a construção de uma usina de reciclagem de lixo.
A campanha de Tereza foi feita enquanto ela andava pelas ruas em busca das latinhas. “Vote com capricho, não me jogue no lixo”, pedia. E não quer perder essa espontaneidade nem mesmo nas sessões da Câmara. “Se a justiça aceitar eu quero ser a mesma que sou, de chinelinho de dedo e roupa simples, porque não é a roupa que faz o povo”, afirmou. “O povo me elegeu do jeito que eu sou, do jeito que eu sou quero continuar. A não ser que seja obrigatório.”
Como vereadora mais votada, com 2.761 votos, caberá a ela sentar-se à cadeira da presidência da casa no início de 2005 para dar posse aos outros eleitos. “Não faço idéia de como é o trabalho”, confessou. Apesar de nunca ter concorrido a qualquer outro cargo eletivo, Tereza disse que sempre foi apaixonada pela política. Com a terceira série do ensino fundamental concluída, a ex-agricultora resolveu viver da renda advinda das latinhas há oito anos. Na campanha contou com a ajuda de um empresário da região, que lhe forneceu carro, gasolina e a confecção do material de campanha, além de cesta básica. “Não gastei um centavo do meu bolso”, disse
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