Casos de Aids se estabiliza no país nos últimos três anos

Os números da Aids no país foram atualizados até setembro último, com o registro de mais 19.373 casos nos últimos nove meses – sendo 5.762 deste ano e 13.611 relativos a 2002. O balanço foi apresentado ontem pelo Ministério da Saúde.

Segundo os especialistas as principais conclusões tiradas destes números são que houve uma estabilização, a partir de 2000, do índice de novos casos registrados (em torno de 22 mil por ano); essa estabilização ocorre em um patamar inferior ao observado na década de 90 (em
torno de 25 mil por ano); e, proporcionalmente, o avanço da Aids tem sido maior entre heterossexuais homens. Entretanto, entre mulheres, a partir de 2000, observamos uma estabilização da taxa de crescimento da epidemia, com 8 mil casos em média, por ano.

A razão entre os sexos permanece em torno de 1,8 casos em homens para cada caso em mulher – como já se observa desde o ano 2000 -, com tendência de queda da incidência entre as mulheres. As taxas médias têm sido de 15,2 casos por 100 mil habitantes, sendo 19,3 por 100 mil homens e de 11 por 100 mil mulheres. A velocidade de crescimento, no geral, mostra estabilidade
entre os homens (com redução entre homossexuais e usuários de drogas e
aumento entre heterossexuais) e também entre as mulheres.

Entre os homens, consolida-se o crescimento da categoria heterossexual como principal forma de transmissão do vírus, enquanto mantém-se a redução dos casos devido à transmissão por uso de drogas injetáveis e a manutenção dos números em relação à transmissão homossexual, em todas as regiões. A incidência de Aids entre heterossexuais masculinos supera 65% das notificações. Já entre as mulheres, as transmissões por relações sexuais passam de 90% das notificações.

Em setembro, o país acumulava 277.141 casos de Aids registrados desde o início da epidemia no Brasil, em 1980. Desse total, 70% são homens (197.340). A epidemia mantém-se estável na região Sudeste (21 casos por 100 mil habitantes) e na região Centro-Oeste (12 casos por 100 mil habitantes). As regiões Sul, Norte e Nordeste ainda apresentam tendência de crescimento, embora as taxas já sejam menores do que as observadas antes de 2000.

Os números mostram ainda a redução de praticamente 100% dos casos de transmissão por transfusão sangüínea, graças ao controle rigoroso do material nos hemocentros. Apontam também queda em quase um terço dos casos por transmissão vertical (de mãe para filho) devido o aumento da cobertura do teste do HIV e do tratamento das gestantes. (Ascom DST/Aids)

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