Em uma reportagem intitulada "Alegações de fraude chacoalham igreja brasileira", o jornal americano Los Angeles Times traça um perfil provocativo da Igreja Renascer em Cristo, considerada pelo periódico a mais "atraente" das denominações neopentecostais surgidas no País nos últimos anos.
Publicado na edição deste domingo, o texto do LA Times destaca as acusações de enriquecimento ilícito envolvendo os fundadores da igreja.
"As autoridades brasileiras acusam a Renascer de fraude massiva, classificando a igreja como um esquema para o enriquecimento de seus líderes", diz a matéria.
Chamando o caso de "sensacional", a reportagem diz que a igreja e "seu império financeiro" viraram alvo de investigação no momento em que um "boom evangélico alterou as características culturais, sociais e políticas da maior nação da América Latina".
Segundo o jornal, o setor evangélico que mais cresce no País é o chamado "neopentecostal", que consiste na "singular mistura de velhas práticas religiosas com marketing contemporâneo". "Isso inclui a Renascer e sua maior competidora, a Igreja Universal do Reino de Deus, que também enfrenta acusações de irregularidades" destaca o jornal.
O texto prossegue citando a prisão, em Miami, dos fundadores da Renascer – na descrição do jornal, "o ex-executivo de marketing ‘Apostolo’ Estevam Hernandes, de 52 anos", e a "dona de casa transformada em teóloga ‘Bispa’ Sônia Haddad Moraes Hernandes, de 48 anos".
Segundo autoridades americanas, o casal foi preso carregando US$ 56.467, o que inclui US$ 9 mil escondidos em uma Bíblia, US$ 9,7 mil em uma caixa de CD e US$ 10 mil em uma mochila.
Estevam e Sônia estão soltos sob fiança, mas foram incluídos em uma lista "de suspeitos de lavagem de dinheiro e fraude relacionadas ao crime organizado brasileiro".