Uma tecnologia desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), permite extrair a sílica da casca de arroz e dar uma destinação ambientalmente correta a um rejeito problemático para o produtor, com a vantagem adicional de gerar renda. ?A casca corresponde a 20% do peso do arroz e contém bastante sílica (cerca de 20%), o que impede seu uso como adubo?, explica o físico Milton Ferreira de Souza, coordenador do projeto, no laboratório de Ciência dos Materiais do Instituto.
Normalmente extraída da areia, a sílica tem muitas utilidades industriais, como na fabricação de pasta de dente, sabonete e pneus. Na casca do arroz, porém, dificulta a biodegradação do resíduo e, quando isso acontece, dá origem a um solo arenoso e com pouca produtividade.
Assim, o material é normalmente queimado pelos beneficiadores de arroz nos engenhos, para aquecer os armazéns, dando origem a um pó preto, devido à presença da sílica na forma cristalina. Esse pó é tóxico e pode causar silicose (doença que faz o pulmão perder elasticidade) se for aspirado.