Casas ?sob medida? promovem inserção social do índio

O governador Roberto Requião e o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Luiz Claudio Romanelli, se reuniram com cerca de 60 índios, no Palácio Iguaçu, logo depois da solenidade de assinatura de convênios para a construção, em 15 municípios, de mais 350 moradias do Programa Casa da Família Indígena. Durante o encontro, os índios conversaram com o governador e agradeceram os incentivos oferecidos pelo governo estadual.

O assessor especial para Assuntos Indígenas, Edívio Batistelli, contou que habitação era prioridade da sociedade indígena paranaense. ?Idealizamos dois protótipos de casa, uma para a etnia Guarani e outra para a Kaingang, resgatando os traços culturais de cada uma. Com essas novas casas, atingimos no programa de governo 955 moradias, de um total de 1.300?, explicou ele, se referindo ao projeto Casa da Família Indígena.

Para Batistelli, o governo do Estado respeita as diferenças culturais entre os dois povos e, por isso, apresenta as diferentes opções de construção. ?Nós estamos promovendo a inserção indígena, através da casa, da educação, ou através de um programa que estabelece a troca de alimentos por produtos indígenas?, afirmou ele.

O presidente do Conselho Indígena Estadual do Paraná, Ivan Bribis Rodrigues, disse que há 10 anos a sua comunidade nem imaginava todos esses benefícios. ?Hoje, o governo do Estado, em relação à questão habitacional, agricultura e educação, tem avançado muito. Um exemplo é o aumento de vagas nas universidades estaduais de 18 para 36, que beneficia o nosso povo. Isso está ajudando muito e as lideranças indígenas do Estado estão avançando muito também?, declarou ele.

Em relação à habitação, Bribis conta que as construções oferecidas pelo governo do Estado, feitas em alvenaria, trazem um pouco mais de conforto, qualidade de vida às famílias, além de gerar emprego e renda, pois, em algumas comunidades, são habitantes do local que ajudam na construção. ?Antigamente, a gente só tinha casa de sapé. No mundo em que vivemos hoje, as casas do Programa da Família Indígena foram um avanço. Hoje a gente vê que o nosso Estado está muito mais avançado que os outros, principalmente na área da educação?, salientou ele.

Caciques

De acordo com o cacique Nelson Vargas, da Reserva Indígena São Jerônimo da Serra, tribo Guarani, o programa habitacional significa apoio à comunidade indígena. ?No passado a gente não recebia ajuda para casa nova. Nós tínhamos somente as cabanas e, hoje, esta realidade está mudando?, disse.

O cacique Valdir Kokoj dos Santos, da Reserva Indígena de Mangueirinha, da tribo Kaingang, afirmou que as casas só vão melhorar a condição de vida na comunidade. ?Isso está acontecendo graças ao governador, que teve esta idéia, pois antigamente vivíamos em condições precárias?, contou. O cacique explicou que os indígenas estão acompanhando o mundo e não vivem mais como em tempos atrás. ?Hoje, o índio quer ter também uma condição de vida melhor. Essas casas vieram atender as nossas necessidades, pois o governador pensou na nossa comunidade. Somos um dos primeiros habitantes do Brasil?, comentou.

Nas duas comunidades, a primeira que fica no Norte e a segunda no Sudoeste do Estado, os índios sobrevivem basicamente da agricultura e do artesanato. Para o cacique Kokoj, o Paraná é o único Estado do país que está investindo na melhoria da qualidade de vida dos índios. ?Isso vai ficar marcado na história do país, na memória das comunidades indígenas?, finalizou.

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