A inserção do publicitário Duda Mendonça nas entranhas do poderoso aparelho criado pela direção do Partido dos Trabalhadores foi mais profunda do que supõe a vã filosofia de incautos eleitores.
Incumbido de supervisionar a campanha eleitoral de Luiz Inácio em 2002, o marquetólogo que havia trabalhado para Paulo Maluf e Celso Pitta provou que a arte publicitária não carece de ideologia. Falar em ética nesse contexto seria repetir a incômoda história da corda em casa de enforcado.
Duda não se fez de rogado, como profissional prestimoso, até mesmo porque sua primeira exigência, o altíssimo estipêndio arbitrado, foi aceita como fato normal pela cúpula do antigo partido do proletariado.
Na época, por mais que tenha desmentido, o ex-ministro Dirceu era mandachuva da campanha presidencial e por seu controle absoluto devem ter passado as tratativas da contratação do galista baiano, artífice da bem-sucedida versão do ?Lulinha paz e amor?.
Depois duma série de investigações e cruzamento de dados, a CPMI dos Correios tem motivos para suspeitar que as contas de Duda no exterior serviram para algo mais que meros pagamentos por serviços prestados.
É o que esperam apurar os parlamentares que irão aos Estados Unidos, em nome da CPMI, para verificar in loco, logicamente com a colaboração de autoridades norte-americanas, se tais suspeitas são procedentes.
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