Fontes judiciais indicaram ontem que a data foi ratificada pelo juiz federal do Distrito de Columbia, Emmet Sullivan, sob cuja jurisdição está o caso apresentado por duas entidades que exigem da Casa Branca a publicação dos materiais.
O Clube Sierra e o grupo Judicial Watch, duas das principais associações legais dos Estados Unidos, querem que a Casa Branca publique a lista de pessoas que foram contatadas por Cheney durante o desenvolvimento do plano de política energética nacional.
As duas organizações sustentam que o vice-presidente e os membros da comissão abriram suas agendas para reuniões com executivos do setor de maneira que as mais importantes companhias petrolíferas e de serviços de eletricidade e gás dos EUA saíram beneficiadas com o programa que estabelece os preços dos combustíveis.
Anteontem (27/11), o juiz Emmet rechaçou o mais recente esforço do governo de George W. Bush para manter em segredo os documentos e se queixou das manobras da administração do republicano para tirá-lo do caso ao tentar submeter o julgamento a uma corte superior.
O Escritório Geral de Contabilidade, braço investigativo do Congresso estadunidense e outro dos envolvidos no caso, deixou claro que a Casa Branca tem que revelar todo o relacionamento com o Comitê de Energia.
O plano preparado por Cheney é apontado como principal responsável pela grave crise econômica pela qual passou a Califórnia no ano passado ao elevar injustificadamente o preço dos combustíveis.
Entre os magnatas do setor com quem falou Cheney se encontra Kenneth Lay, ex-presidente da Enron, a companhia que até ter sua falência decretada em dezembro de 2001, foi o maior conglomerado de distribuição de energia do mundo.
Os denunciantes asseguram que o vice de George W. Bush levou em conta as recomendações de Lay antes de assinar as regras da política energética norte-americana.
O colapso da Enron inaugurou a maior avalanca de bancarrotas empresariais da história dos Estados Unidos. A empresa, por vários anos, se fez passar por lucrativa fraudando balanços.
Mais de seis companhias, muitas delas entre as maiores do país, se viram obrigadas a decretar concordata por razões similares.
O escândalo obrigou Bush a aprovar uma lei que eleve para 10 anos a pena de prisão para executivos envolvidos neste tipo de escândalo financeiro, entre eles estão muitos amigos pessoais do próprio presidente.
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