A Casa Branca tem até o próximo dia 9 de dezembro para revelar documentos relativos às reuniões secretas do plano que, liderado pelo vice-presidente Dick Cheney (foto), traçou a política energética do país em 2001.
Fontes judiciais indicaram ontem que a data foi ratificada pelo juiz federal do Distrito de Columbia, Emmet Sullivan, sob cuja jurisdição está o caso apresentado por duas entidades que exigem da Casa Branca a publicação dos materiais.
O Clube Sierra e o grupo Judicial Watch, duas das principais associações legais dos Estados Unidos, querem que a Casa Branca publique a lista de pessoas que foram contatadas por Cheney durante o desenvolvimento do plano de política energética nacional.
As duas organizações sustentam que o vice-presidente e os membros da comissão abriram suas agendas para reuniões com executivos do setor de maneira que as mais importantes companhias petrolíferas e de serviços de eletricidade e gás dos EUA saíram beneficiadas com o programa que estabelece os preços dos combustíveis.
Anteontem (27/11), o juiz Emmet rechaçou o mais recente esforço do governo de George W. Bush para manter em segredo os documentos e se queixou das manobras da administração do republicano para tirá-lo do caso ao tentar submeter o julgamento a uma corte superior.
O Escritório Geral de Contabilidade, braço investigativo do Congresso estadunidense e outro dos envolvidos no caso, deixou claro que a Casa Branca tem que revelar todo o relacionamento com o Comitê de Energia.
O plano preparado por Cheney é apontado como principal responsável pela grave crise econômica pela qual passou a Califórnia no ano passado ao elevar injustificadamente o preço dos combustíveis.
Entre os magnatas do setor com quem falou Cheney se encontra Kenneth Lay, ex-presidente da Enron, a companhia que até ter sua falência decretada em dezembro de 2001, foi o maior conglomerado de distribuição de energia do mundo.
Os denunciantes asseguram que o vice de George W. Bush levou em conta as recomendações de Lay antes de assinar as regras da política energética norte-americana.
O colapso da Enron inaugurou a maior avalanca de bancarrotas empresariais da história dos Estados Unidos. A empresa, por vários anos, se fez passar por lucrativa fraudando balanços.
Mais de seis companhias, muitas delas entre as maiores do país, se viram obrigadas a decretar concordata por razões similares.
O escândalo obrigou Bush a aprovar uma lei que eleve para 10 anos a pena de prisão para executivos envolvidos neste tipo de escândalo financeiro, entre eles estão muitos amigos pessoais do próprio presidente.
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna