A Secretaria da Justiça e da Cidadania e Brasil Telecom lançaram, nessa quinta-feira, 150 mil cartões telefônicos temáticos sobre programa 181-Narcodenúncia. Durante a cerimônia de lançamento, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, ressaltou que o sucesso do programa se deve “à soma dos esforços do Governo do estado com a colaboração e participação da sociedade paranaense”. Desde sua criação, em 16 de junho de 2003, o 181 recebeu cerca de 24 milhões de ligações e possibilitou a apreensão de mais de 70 toneladas de drogas.

A credibilidade da população no projeto e a integração dos trabalhos policiais, possível com o 181, foram apontados pelo secretário Aldo Parzianello como os principais fatores responsáveis pelos resultados alcançados. “A integração dos trabalhos do Narcodenúncia com as polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Ministério Público e Poder Judiciário, aliados à ampla divulgação na mídia, reforçam a confiança da população no programa”, concluiu Parzianello. Pelo 181 as chamadas não são identificadas e as denúncias são feitas anonimamente.

Para o diretor institucional da Brasil Telecom, Leôncio Vieira de Rezende Neto, a parceria com a Secretaria tem dois significados: “colaborar com o governo estadual em suas iniciativas de cunho social e aumentar a abrangência da divulgação do 181 pelos cartões telefônicos”. Segundo Rezende Neto, as estatísticas apontam que cerca de 2 milhões de usuários desse sistema, em todo o Paraná, usarão os cartões.

Balanço

O número 181 pode ser utilizado por todos os Estados. Na próxima semana, a ação será implantada no Mato Grosso do Sul, com a tecnologia estruturada pelo Paraná. “Quanto mais Estados adotarem o programa, que tem número de fácil memorização, maior será nosso sucesso para proteger as famílias, não só paranaenses, mas de todo o país”, comentou o secretário.

O Coordenador do Narcodenúncia, major Jorge Costa Filho, explicou o funcionamento do programa, nos 399 municípios do Paraná e sua agilidade no atendimento. As centrais de atendimento são divididas por áreas de cobertura de DDD, por exemplo, os municípios cujo código seja 41, como Curitiba, são atendidos pela mesma central. Assim que o atendente recebe a ligação ele registra a denúncia, que é verificada em tempo real por sistema de rede. “A autoridade policial, seja ela Civil, Militar ou Federal, que estiver com maior disponibilidade para verificar a denúncia é enviada ao local indicado”, esclareceu.

De acordo com levantamentos do 181, 94% das apreensões são de mais de 50 quilos de drogas. Em 16 meses de funcionamento do projeto, foram recolhidos 70 toneladas de maconha; 101 mil pedras de crack e 752 quilos de cocaína. Entre homens, mulheres, crianças e adolescentes foram detidas 3.509 pessoas. No entanto, a coordenação do Narcodenúncia atesta que maior parte da droga apreendida no Paraná, é, na realidade, destinada a outros Estados.

As outras drogas apreendidas pelo 181 nos últimos 16 meses foram: 33 compridos de ecstasy; 0,03 papelotes de LSD; 0,06 papelotes de heroína;8.245 ml de thinner; 14,6 quilos de cola de sapateiro; 28.134 bolinhas de haxixe; 500 quilos de pasta-base e 9.024 frascos de lança-perfume.

Parzianello relatou que as representações judiciais, como mandados de busca e apreensão, relativas aos trabalhos do 181 foram deferidas em 90% dos casos pelo Ministério Público, “em razão da credibilidade desse serviço. Ele também lembrou que 75% das denúncias são feitas por mulheres. “Elas se sentem mais ameaças por serem mães, preocupam-se com sua comunidade”, avaliou o secretário. Dentro da política social estabelecida pelo governo estadual mais de 50% dos atendentes do 181 são portadores de deficiência física. “Essa camada da população tem dificuldade em ser inserida no mercado de trabalho, e o 181 é uma ótima oportunidade”, comentou Costa.

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