O técnico da seleção brasileira, Dunga, enfrenta a Copa do Mundo da África do Sul-2010 com um grupo homogêneo que forjou em três anos e meio de trabalho e afirma não ter nem titulares, nem reservas, mas que é no banco que deposita as verdadeiras cartas que permitem resolver apuros.

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“Dentro de uma Copa do Mundo, em uma seleção do Brasil, todos são titulares…”, disse Dunga este mês em Johannesburgo. Isto é repetido quase como um sermão uma e outra vez, por todos os jogadores brasileiros, que lutam pelo sexto título mundial verde-amarelo.

Segundo o comandante do Brasil, que mantém uma ‘guerra’ particular com a imprensa pelas críticas a seu estilo, “às vezes os jogadores que não são titulares e estão fora (de campo) entraram e resolveram”.

“Desde que comecei a trabalhar na seleção brasileira disse que todos têm condições de jogar”, ressaltou Dunga, cuja equipe se classificou para as oitavas de final da Copa e define, na sexta-feira, em Durban, em jogo contra o Portugal de Cristiano Ronaldo, o primeiro lugar do Grupo G.

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Depois do 2-1 da estreia sobre a Coreia do Norte e do 3-1 sobre a Costa do Marfim, o Brasil lidera sua chave com 6 pontos, seguido por Portugal (4).

Em ascensão, a seleção não poderá contar com seu principal craque, o volante Kaká (Real Madrid), expulso na partida contra os marfinenses, além da dúvida sobre Elano.

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É aí que as cartas na manga de Dunga começam a entrar no jogo. “Temos jogadores de características variadas e no momento oportuno podemos aproveitá-los… Eles podem mudar o trâmite de um jogo. São variantes que poderão ser usadas dependendo do rival e suas características”, disse o técnico.

Embora não conte com outro jogador do porte de Kaká, Dunga tem valores suficientes para abrandar o peso de sua ausência em campo.

Para ‘brincar de Kaká’, ele teria duas opções: colocar o volante do AS Roma, Julio Baptista, ou colocar Robinho na armação, dando espaço no ataque a Nilmar.

Baptista, ganhador de duas Copas Américas e duas Copas das Confederações, era considerado originalmente por Dunga o reserva natural de Kaká e teve grande desempenho no torneio sul-americano que o Brasil venceu em 2007.

Robinho, que também brilhou na ocasião, já cumpriu a função nos recentes confrontos e é ‘mimado’ por Dunga.

A ausência de Elano tampouco traz maiores problemas com um suplente de luxo como o lateral Daniel Alves (FC Barcelona), um multifuncional de bom retrospecto, chutes livres mortais e projeções perigosas.

Alves, a quem muitos consideram o 12º titular, definiu na África do Sul com um tiro livre perante os locais a passasem para as semfinais da Copa das Confederações 2009, que o Brasil venceu.

Alves também pode desempenhar a função de Elano, embora esta posição também possa ser ocupada por Ramires, meio campo do Benfica e detentor de dinâmica, boa marca e poder ofensiva.

Além disso, se trabalhar bem nos treinos, Ramires, que se destacou nos últimos amistosos pré-mundialistas perante o Zimbábue (3-0) e Tanzânia (5-1, marcou dois gols) pode substituir tanto Elano quanto o vigoroso central Felipe Melo.

Como se fosse pouco, em caso de problemas no ataque está Nilmar (Villarreal), com olfato de goleador para substituir tanto Robinho quanto o artilheiro Luis Fabiano.

Com estas opções, é possível dizer que Dunga tem bom crédito no banco.