Cartada final

Ninguém mais tem o direito de duvidar das intenções ditatoriais do major Hugo Chávez, presidente da República Bolivariana da Venezuela. A cartada final veio com o cancelamento da concessão pública atribuída à Rádio Caracas de Televisão (RCTV), a única organização informativa que não se pautava pelo libreto ideológico do discípulo predileto de Fidel Castro.

Qualquer que seja o ângulo de observação do contencioso, mesmo ressalvada a prerrogativa dos chefes de Estado quanto à definição das linhas políticas que lhes apascentam o coração, a verdade insofismável é que a liberdade de imprensa na Venezuela ficará para sempre ferreteada pela marca do arbítrio.

Aliás, um comportamento totalmente estranho aos ideais libertários do insigne Simon Bolívar, símile eleito para inspirar a gestão política de Chávez, cuja explicação estapafúrdia é que a programação da RCTV deturpava a mente dos venezuelanos mediante a exaltação da pornografia, violência e consumismo.

No lugar dessa emissora, de imediato pintou na tela dos receptores o sinal de mais uma televisão estatal destinada a incrementar o culto à personalidade do inerrante guia do povo venezuelano, que inclusive passa a ser o censor daquilo que a população está apta para ver e ouvir.

Portanto, um emblemático retrocesso que agride o princípio democrático e joga ao lixo as garantias da livre iniciativa.

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