Carreira em queda livre de Kaká fica pior com eliminação

Foto por: Jewel Samad

Depois de conquistar a Bola de Ouro em 2007 e de receber todos os louros possíveis do futebol mundial, Kaká passou por um período de altos e baixos no Real Madrid e na seleção brasileira, que deixou a Copa do Mundo na sexta-feira depois de levar um 2-1 da Holanda, momento que entra como um dos piores da carreira do jogador.

“Estou pronto para ser o líder”, avisou o brasileiro ao chegar à África do Sul, que a essa altura já despertava sérias dúvidas sobre as condições físicas para pelo menos entrar em campo, já que uma série de lesões o deixaram pelo menos três meses fora das competições, a mais grave delas uma pubalgia, algoz de muitos jogadores de futebol.

Em Port Elizabeth, depois do 2-1 da Holanda, o ex-jogador do São Paulo deu adeus ao Mundial de maneira nada memorável: não fez um gol sequer, recebeu cartão vermelho e ainda não cumpriu as expectativas, inclusive a dele próprio, de ser líder.

“Nesse espetáculo o importante é ganhar. Temos um grupo muito forte, jogadores talentosos e uma equipe focada em ganhar a Copa do Mundo. Há jogadores com muita fome de título”, elogiou Kaká, que não esteve em sintonia com os outros jogadores, principalmente Luís Fabiano e Robinho.

Essa declaração soou um pouco estranha, já que o jogador se mostrou fora dos eixos ao dar, aparentemente, máxima prioridade ao resultado em detrimento do futebol arte de outrora.

O ano anterior ao da Copa havia começado maravilhosamente bem. Consagração total na Copa das Confederações, Bola de Ouro, Real Madrid com passe de 65 milhões de euros pagos ao Milan, que ele levara ao Olimpo na Liga das Campeões em 2007.

Mas Kaká, que havia feito Ronaldinho cair no esquecimento durante as eliminatórias da Copa, iniciou a preparação para a África do Sul com problemas na perna esquerda que minavam não só a forma física como a imagem do jogador que em 2007 foi Bola de Ouro e melhor jogador do mundo pela Fifa.

Depois do péssimo desempenho diante da Coreia do Norte (2-1), Kaká recebeu cartão vermelho no jogo contra a Costa do Marfim (3-1) e ficou fora do empate sem gols com Portugal.

Diante do Chile (3-0), mostrou um futebol melhor, controlando os contra-ataques, mas estava em ritmo totalmente diferente do restante da seleção, que adotava um estilo de jogo que nunca agradava muito.

Na sexta-feira, contra a Holanda, a imagem foi um resumo dos últimos três anos da vida dele: um sobe e desce. Mostras de talento em doses homeopáticas em um mar de pressão por parte da Laranja Mecânica.

“Ninguém está mais triste do que os jogadores. Há muitas pessoas tristes no Brasil. Sou consciente disso. Mas ninguém está mais triste do que a gente”, declarou Kaká em Port Elizabeth. “Foi um Mundial complicado, uma partida difícil, e a maneira como terminou foi terrível”, acrescenta.

“O que aconteceu nesta sexta-feira nos enche de tristeza. Dois erros permitiram os gols dos holandeses. É triste”, concluiu Ricardo Izecson dos Santos Leite.

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