Quando o diplomata Sérgio Vieira de Mello foi nomeado alto comissário para Direitos Humanos das Nações Unidas, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deixou bem claro o motivo.
– Ele tem uma experiência única – disse, em 2002, ao anunciar o substituto da irlandesa Mary Robinson.
Ao assumir o cargo de alto comissário da ONU, Vieira de Mello reconheceu que alguns pontos na estrutura da ONU deveriam mudar, mas que se a Organização das Nações Unidas não existisse, o mundo seria um caos.
Suas prioridades no cargo eram a proteção de civis durante os conflitos, combate ao racismo em todas as suas formas e a garantia dos direitos das mulheres. Mas o diplomata também tinha como prioridade os direitos econômicos e sociais e o direito ao desenvolvimento.
– Sem isso, os outros direitos, civis e políticos, não podem ser defendidos – dizia.
O carioca que há 33 anos atuava na ONU, como um de seus mais brilhantes funcionários, teve em sua missão no Timor Leste, em 2000, um de seus trabalhos de maior repercussão. Num momento de grande tensão, o escritório do brasileiro tinha um aviso pedindo aos visitantes que descarregassem suas armas.
Nenhuma missão, porém, seria tão difícil e cruel quanto a sua ida para o Iraque para acompanhar os novos rumos do país. De acordo com o representante americano no país , Paul Bremer, ainda não é possível ter a dimensão dos resultados do trabalho do brasileiro lá .
Vieira de Mello nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Ocupou os cargos de conselheiro da ONU no Líbano,e m 1981, coordenador humanitário em Ruanda, em 1996, representante especial da ONU no Kosovo, e chefe da operação no Timor Leste, em 2000.
Trabalhou no escritório do Alto Comissiariado da ONU para refugiados, em Genebra, na Suíça, mas também esteve em Bangladesh, no Sudão, no Chipre, em Moçambique, no Peru e na Iuguslávia.
Carreira de Vieira de Mello foi marcada pela ousadia
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