Enquanto alguns setores têm motivos para júbilo, outros curtem decepções. A preocupação trazida pela série inesgotável de medidas anunciadas pela União Européia, infelizmente, não garante para uma parcela de produtores de carne bovina um final de ano feliz.
Ainda essa semana, a União Européia tomou a decisão de restringir as importações de carne brasileira a uma lista limitada de frigoríficos, a partir de 31 de janeiro do próximo ano. Markos Kyprianou, comissário para assuntos de Saúde e Proteção ao Consumidor – algo levado a sério naquelas bandas – afirmou que a lista está em preparação, mas não fez comentários sobre o número de abatedouros que podem ser descartados.
A exigência dos países do bloco europeu, importadores de carne brasileira, é que permaneçam na relação apenas os estabelecimentos que cumpram à risca as exigências para a autorização dos embarques. O consolo é que averiguações periódicas serão feitas e a lista revisada à medida que os estabelecimentos adotarem as melhorias sugeridas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec) diz que a decisão da comunidade européia ?não altera substancialmente as normas em vigor?, reafirmando que tal decisão ?confirma a sanidade e a qualidade da carne brasileira e está muito longe de atender as pressões restritivas de interesses comerciais de alguns produtores da Irlanda e Grã-Bretanha?.
A União Européia é o segundo maior mercado para a carne brasileira, depois da Rússia. Em 2006, o bloco importou um volume avaliado em US$ 1,5 bilhão.