A União Européia não descarta a possibilidade de importar carne bovina produzida no Brasil, embora faça questão de insistir na tomada de providências que suprimam as deficiências do nosso sistema de controle sanitário e qualidade de produção.
Nesse sentido, o comissário de saúde da Comissão Européia, Markos Kyprianou, apresentará na semana entrante aos membros do Parlamento Europeu um relatório sobre o sistema de proteção aos consumidores.
Alguns dias mais tarde, os principais tópicos do relatório serão analisados com o ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, que viajará a Bruxelas para contatos diretos com autoridades sanitárias da comunidade.
As restrições à importação da carne bovina brasileira têm origem no posicionamento dos governos da Inglaterra e Irlanda, que lutam pela proibição total do ingresso desse produto no território da União Européia, sob a grave alegação de que a carne bovina aqui produzida é de má qualidade e imprópria para alimentação humana.
Kyprianou tem defendido a reconhecida qualidade da carne brasileira e assumido a responsabilidade por sua livre importação, embora a pressão de elos importantes da União Européia seja cada vez mais impeditiva, com base em razões não apenas derivadas das condições de saúde animal, mas, sobretudo, dos múltiplos interesses econômicos do comércio internacional.
O comissário de saúde da Comissão Européia espera que os argumentos do ministro Reinhold Stephanes o ajudem a convencer os mais renitentes.
