Carlos Wilson avisa que não será ‘bode expiatório’ na CPI

Dona de 16 dos 24 votos na CPI do Apagão Aéreo, a base do governo decidiu limitar a investigação às causas do choque entre o Boeing da Gol e um jato Legacy, em setembro, e às origens da crise no tráfego aéreo. Os governistas aceitam investigar a Infraero – inclusive no governo Fernando Henrique (1995-2002) -, mas só quando houver relação com o caos aéreo. O deputado Carlos Wilson (PT-PE), que dirigiu a Infraero entre 2003 e 2006, acredita que logo será chamado a depor e disse ontem ao jornal O Estado de S. Paulo que rejeita tanto o papel de bode expiatório quanto o de ?homem-bomba?, capaz de fazer revelações que atingiriam o Planalto.

?Não serei um novo Roberto Jefferson?, afirmou Carlos Wilson, referindo-se ao pivô do escândalo do mensalão. Ele já expressou sua vontade de falar à CPI, até em encontro com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia. Na conversa, o deputado repetiu de forma franca o que já vinha afirmando a interlocutores no Congresso: não pretende atingir o governo, mas faz questão de ser ouvido na investigação. E dividiu com o ministro a preocupação de se tornar uma espécie de ?bode expiatório? do PT. O raciocínio da oposição é que o partido pode querer ?entregá-lo? para abreviar a apuração, enfocando sua gestão na Infraero.

A trajetória de Wilson poderia estimular a estratégia. Ele começou a carreira política nos anos 70, na Arena, que apoiava o regime militar. Passou depois por PMDB, PSDB e PTB. Só se aproximou do PT em 2000, quando disputou a prefeitura de Recife pelo PTB e, no segundo turno, apoiou o petista João Paulo. Derrotado na eleição de 2002 ao Senado, Wilson mudou-se para o PT e ganhou do governo Lula o comando da Infraero.

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