O promotor Luiz Fernando Vaggione apresentou nesta quarta-feira (8) à Justiça denúncia de homicídio duplamente qualificado contra a advogada Carla Cepollina, acusada de matar o coronel Ubiratan Guimarães no dia 9 de setembro. Para Vaggione, Carla cometeu o crime porque se sentiu rejeitada. Ela nega envolvimento no assassinato.
O promotor sustenta que no dia do crime, Carla pegou "sorrateiramente o celular" de Ubiratan enquanto ele dormia e mandou uma mensagem de texto para a delegada federal Renata Azevedo dos Santos Madi, como se fosse o coronel. Por sentir sua privacidade invadida, Ubiratan teria posto um fim no relacionamento "decadente" do casal. Carla não aceitou a rejeição e o matou com um tiro no abdômen.
O promotor denunciou a advogada por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima). O promotor pede ainda o acréscimo de um terço na pena, pelo fato de a vítima ter mais de 60 anos.
A denúncia foi oferecida ao juiz Alberto Anderson Filho, que deverá decidir até sexta-feira se a aceita ou não. Se for aceita a advogada será processada. O documento tem 1,2 mil páginas.
Durante entrevista coletiva no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, a mãe de Carla, Liliana Prinzivalli, também advogada, interrompeu Vaggione diversas vezes, contestando a acusação. Ela afirmou ter protocolado na Corregedoria da Polícia e na Corregedoria do Ministério Público denúncia de abusos de autoridade contra o promotor e quatro delegados que trabalharam na investigação do caso.