Carga tributária caiu para 33,7% do PIB, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (21) que a carga tributária de 2005 foi revisada e caiu de 37,4% para 33,7% do PIB em 2005. O novo cálculo feito pela Secretaria da Receita Federal já levou em conta a nova metodologia de cálculo do PIB usada pelo IBGE.

Em compensação, o superávit primário do setor público em 2005 caiu, pela mesma razão, de 4,83% para 4,35% do PIB. "Temos algumas notícias boas e outras ruins", comentou Mantega. Para 2006, o ministro não quis fazer nenhuma projeção de em quanto ficaria o resultado final com a nova metodologia do IBGE. Ele vai aguardar a divulgação, na próxima semana, do PIB de 2006, calculado já com base na nova metodologia. No ano passado, o superávit primário do setor público ficou em 4,33% do PIB, pelo cálculo antigo. A meta do superávit era de 4,25% do PIB para o ano passado.

Na outra ponta, o ministro comemorou a queda do déficit nominal do setor público em 2005, de 3,18% para 2,96% do PIB. Outra boa notícia, segundo Mantega, foi a queda da dívida líquida do setor público, de 51,5% para 46,5% do PIB. "Ficamos mais próximos da condição de investment grade (grau de investimento). Estamos tendo um crescimento maior, um déficit nominal menor, uma dívida mais baixa e a inflação sob controle", comemorou.

O ministro também comentou que os números do PIB revisados pelo IBGE deixaram o país mais próximo da meta de ter um crescimento econômico mais vigoroso.

Investimento

Dificilmente o Brasil terminará 2010 com uma taxa de investimento de 25% do PIB. Mantega chegou a esta conclusão após a divulgação, pelo IBGE, da taxa de investimento de 2005, com base na nova metodologia de cálculo. Segundo o IBGE, a taxa de investimento de 2005 foi revisada de 19% para 16,5% do PIB.

O ministro acredita que é possível que até 2010 a taxa de investimento tenha um crescimento anual da ordem de 1 ponto porcentual e termine o período entre 20% e 21%. Mantega ressaltou, entretanto, que esta taxa entre 20% e 21% será suficiente para que o Brasil consiga atingir uma taxa de crescimento em sua economia de 4% a 5%. Isso ocorrerá, segundo ele, porque houve um aumento da produtividade dos investimentos. "Os dados revisados de 2005 mostraram que crescemos mais com menos investimentos. Isso é uma boa notícia", disse.

Ele se preocupou, entretanto, em ressaltar que isso não significa que ele esteja defendendo uma redução dos investimentos. "Pelo contrário, continuo achando que devemos aumentar os investimentos e atingir as metas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com isso, teremos condições de melhorar a oferta da economia", acrescentou em entrevista coletiva à imprensa esta tarde.

Agropecuária

A principal mudança na metodologia de cálculo do PIB, segundo Mantega, foi a redução do peso da agropecuária, que, de acordo com o ministro, segue tendência dos países avançados.

Na metodologia antiga, observou Mantega, a agropecuária representava 8% do PIB e agora, com a revisão, esse peso caiu para 5,6%. Já o peso da indústria, que era de 37,9%, caiu para 30,3%, seguindo, também, segundo o ministro, a tendência dos países mais ricos. Por outro lado, o setor de serviços teve sua participação no PIB elevada de 54,1% para 64%.

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