Na manhã em que o País lia as notícias da responsabilização do ex-ministro Antônio Palocci como mandante da quebra de sigilo bancário de Francenildo Costa Santos e o vazamento da cópia do extrato para a revista Época, que o publicou, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, prestava esclarecimentos sobre a questão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados.
A Polícia Federal, dando provas de que certamente recebeu ordens para trabalhar com rapidez e eficiência, à vista da gravidade das suspeitas da culpabilidade do ex-ministro da Fazenda – o próprio Bastos disse isso -, desmontou a trama em tempo recorde.
O ministro da Justiça reiterou sua amizade com o ex-colega de ministério e confirmou que foi por amizade e obrigação moral que lhe apresentou o criminalista Arnaldo Malheiros. Mesmo a presença de assessores importantes do ministro da Justiça na casa de Palocci, na noite da quebra do sigilo, não constitui indício de sua atuação como mentor intelectual do esquema que infletiu para a invasão da individualidade do caseiro.
Na verdade, a fala do ministro da Justiça, mesmo sem alusões diretas, serviu para reforçar a tese da responsabilidade pessoal de Antônio Palocci na quebra do sigilo do caseiro, convicção que o governo não faz questão de esconder, tanto que acabou havendo coincidência entre o depoimento de Bastos e a publicação da nota policial sobre o comportamento do antigo titular da economia.
Cumprida a tarefa que lhe competia, a Polícia Federal entregou o relatório à Justiça Federal para a seqüência das investigações, abrangendo também o ex-presidente da CEF, Jorge Mattoso, acusado de executor da quebra do sigilo, e o jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de imprensa de Palocci, responsabilizado pela entrega da cópia do extrato aos editores da revista Época.
Excelente dia para evocar o caráter sem jaça de José Joaquim da Silva Xavier, protomártir da Independência.
