As captações no mercado de capitais brasileiro chegaram nesta segunda-feira (04) à inédita marca de R$ 100 bilhões, valor 40% superior ao registrado no ano passado. A previsão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é fechar o ano com mais de R$ 120 bilhões em operações registrados no País.

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O cenário para 2007 também é promissor. Segundo o superintendente de Registro da autarquia, Carlos Alberto Rebello os grandes bancos que coordenam emissões estão prevendo um volume grande de lançamento de ações em janeiro. "Os intermediários estão bastante confiantes em um mês ativo em ações", afirmou.

A novidade, segundo ele, é o interesse dos investidores asiáticos por lançamentos de ações no Brasil. "Acredito que agora, além de roadshow nos Estados Unidos, será preciso fazer roadshow também na Ásia", previu. Segundo ele, os planos de investimentos de vários bancos já incluem a participação de fundos asiáticos nas próximas emissões de ações no Brasil. "Eles estão sendo surpreendidos pelo apetite dos asiáticos." Tradicionalmente, os investidores da Ásia aplicavam no Brasil apenas em títulos do Tesouro Nacional.

Rebello acredita que os estrangeiros estão sendo atraídos para o mercado de capitais brasileiro por conta da queda dos juros e dos bons retornos oferecidos pelas ações de companhias nacionais. Pouco mais da metade das captações registradas pela CVM este ano foram no segmento de debêntures.

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Já foram contabilizados R$ 51,5 bilhões em debêntures, valor que ainda não inclui o pedido de emissão de R$ 5 bilhões feito pela Companhia Vale do Rio Doce. No ano passado, as operações em debêntures somaram R$ 41,5 bilhões. Outro destaque foi o lançamento de R$ 25,3 bilhões em ações, volume que supera em 134% o registrado no ano passado.

Analistas lembram que o mercado de capitais vem andando com suas próprias pernas. Ao contrário do passado, o setor não recebeu nenhum empurrão do governo, como no caso de ofertas públicas utilizando o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Rebello lembra que, com o crescimento no número de captações, o mercado de capitais se tornou o grande financiador dos investimentos do setor privado.

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Desde 2005, as emissões em títulos privados, como ações, debêntures e notas promissórias, movimentam mais recursos do que o volume de empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às companhias no País. O desembolso estimado para o BNDES em 2006 é de cerca de R$ 50 bilhões, menos da metade do volume de captações previsto.