Capitão acha difícil achar mais sobreviventes em Niterói

Mergulhadores da Marinha e cerca de 200 homens das Forças Armadas estão mobilizados para o resgate das vítimas do choque entre um cargueiro e uma pequena embarcação na Baía de Guanabara ocorrido ontem à noite. A Capitania dos Portos confirmou a localização do barco que transportava 12 tripulantes, dos quais quatro conseguiram escapar. O capitão dos portos no Rio, capitão de mar e guerra Antônio Monteiro Dias, disse que devido à gravidade do acidente é pouco provável que haja outros sobreviventes.

Ele informou que as duas embarcações que se chocaram seguiam rotas perpendiculares quando bateram no meio da baía, a cerca de um quilômetro da cabeceira da pista do aeroporto Santos Dumont. A pequena embarcação de madeira, com cerca de 15 metros de cumprimento, transportava nove mergulhadores, um mestre e dois marinheiros, que trabalhavam na manutenção do emissário submarino na Barra da Tijuca e foram contratados por uma empresa de Santa Catarina.

O comandante e o timoneiro do cargueiro, que são das Bahamas, estão prestando depoimento na Capitania dos Portos para o inquérito aberto para apurar as causas do acidente. A investigação tem prazo de 90 dias para ser concluída. O cargueiro que colidiu com o barco é um frigorífico com cerca de 180 metros de cumprimento e está fundeado próximo à Ponte Rio-Niterói. A licença para que a embarcação deixe as águas brasileiras foi suspensa para que os tripulantes colaborem com a investigação.

Segundo o capitão dos portos, o navio seguia do sul do Brasil para a Ucrânia e entrou na Baía de Guanabara para abastecer. Segundo Monteiro Dias, uma convenção internacional estabelece que embarcações que avistem outras pela direita são obrigadas a manobrar. O oficial afirmou que ainda é cedo para concluir qual das duas embarcações pode ter errado. No entanto, pela posição do acidente, provavelmente o erro foi do pequeno barco, que foi atingido na lateral e virou, afundando em seguida. "De acordo com a minha experiência, a maior parte dos acidentes no mar acontece por falha humana", disse Monteiro Dias.

Ainda segundo ele, os quatro sobreviventes estavam conversando na parte traseira do barco e conseguiram saltar no mar no momento da colisão. Eles contaram que os outros oito tripulantes estavam dormindo dentro do barco. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Rio aguardam, em um bote ao lado do navio que centraliza a operação de busca, a confirmação de que há corpos no interior do barco no fundo da baía, a cerca de 37 metros de profundidade.

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