Capital paranaense depende da Região Metropolitana

Para garantir que a água chegue nos domicílios dos quase 3 milhões de moradores da Grande Curitiba, a Sanepar entrega no sistema 8.170 litros do precioso líquido por segundo. Toda esta água é captada de mananciais de cidades da região metropolitana, já que na capital – que é grande consumidora, com 1,8 milhão de habitantes -, o elevado grau de poluição dos rios não permite o aproveitamento da água.
“Curitiba não tem mais mananciais.

Todos os rios da capital estão mortos por causa da poluição”, comenta Maria Arlete Rosa, diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar. A água que é consumida em Curitiba vem de quatro represas: Piraquara 1 e 2, Iraí e do Passaúna. Um dos reforços para o abastecimento está vindo através de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com a construção da barragem do Rio Miringuava, considerada estratégica para evitar a falta de água na Grande Curitiba.

A obra deve ser concluída até 2015 e permitirá a captação e tratamento de mais mil litros de água por segundo. Atualmente, a estação de tratamento só trata mil litros, porque a captação atual é feita a fio d’água, diretamente no Rio Miringuava e não pode ser maior porque o rio pode secar.

Tratamento de esgoto

Uma das distorções do sistema é que Curitiba recebe água da RMC e devolve esgoto. Desde 2007, obras do PAC, orçadas em R$ 570 milhões, estão criando dois milhões de metros de rede de esgoto na capital e Região Metropolitana.

Maria Arlete cita que a grande prioridade é garantir de 100% de cobertura de rede de esgoto nas áreas de manancial. “A Sanepar vai fazer a sua parte, com apoio do governo federal e os investimentos do PAC, para retirar a poluição do esgoto das áreas de manancial. Mas as prefeituras também terão que fazer a sua, fiscalizando para a regularização das ligações irregulares de esgoto”, disse.

Corredores de água

Na outra ponta, o cerco para que a poluição não atinja os mananciais da região metropolitana, está sendo feito através de uma política integrada de proteção dos rios em conjunto com as prefeituras.

Maria Arlete cita como exemplo o caso do Rio Pequeno, de São José dos Pinhais. “Havia um conflito porque o rio pertencia ao município,
mas estava fora do decreto que delimita as áreas de mananciais. O trabalho que está sendo feito é justamente de parceria com as prefeituras, para que sejam feitos planos diretores que não permitam a ocupação nas áreas de mananciais, criando os corredores de água”, disse. Esta iniciativa está começando por Piraquara, com o projeto Beira d’água, que obdece os mesmos fundamentos do projeto Água Boa, planejado e executado pela Itaipu.

Para o fortalecimento desta iniciativa, a Sanepar, a Agência Nacional de Água (ANA) e o Ipagua – Instituto Paranaense de Águas, tratam de consolidar no âmbito da política federal a delimitação das áreas de manancial do Paraná. O objetivo é revisar a Lei de Recursos Hídricos para incluir todas as áreas de manancial, garantindo a sua preservação.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna