Lucila Silva, capitã da Seleção Brasileira de Handebol, está se recuperando de uma cirurgia no joelho esquerdo realizada em janeiro. É uma corrida contra o tempo para realizar o maior sonho: o de jogar na sua cidade, o Rio de Janeiro. A armadora de 31 anos está na Seleção desde 1993.

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Todos os dias, Lucila passa pela fisioterapia. ?Estou lutando todos os dias porque estou pré-convocada, mas preciso estar bem no começo de abril se quiser figurar entre as 15 que vão para o Pan. Meu sonho é poder jogar na minha casa, com minha família e meus amigos perto?, diz.

Lucila guarda o Pan de Winnipeg/99 como o mais especial. ?Foi meu primeiro. Não esqueço nossa final contra os Estados Unidos, quando ganhamos o ouro e a vaga para a Olimpíada de Sydney/2000? lembra.

?Fora da quadra também foi especial, porque nós, do handebol, víamos outros atletas como ídolos muito superiores. Só que o pessoal vinha conversar conosco de igual para igual.

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Foi no Canadá que Lucila conheceu dois de seus ídolos. ?O Xuxa (Fernando Scherer) era um cara que eu sempre admirei como atleta. E em Winnipeg pude conversar com ele. O outro foi o Maurício, do vôlei. Todos os atletas podiam, no final das competições, levar o edredom dos dormitórios embora. O Maurício acabou me dando o dele?, lembra.

A armadora tem um motivo especial para torcer para a equipe masculina: é noiva do goleiro Maik. ?Sempre que puder eu vou tentar sair para torcer para todos os brasileiros. E meu noivo, então? Vou tentar ver todos os jogos dele.

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Lucila vê o Pan como uma ferramenta de incentivo ao handebol brasileiro. ?Estou muito triste. Voltei ao Brasil no fim do ano passado, após jogar duas temporadas na Espanha. Há pouco tempo soube que o time em que eu estava jogando, o Guarulhos, acabou. Eu posso ir para uma equipe do Exterior, mas e as outras meninas? O handebol, infelizmente, ainda não é tratado com o carinho que merece.