Antonina já tem o seu próprio Conselho de Autoridade Portuária (CAP). Oficialmente, o conselho foi criado nesta quinta-feira (15) em cerimônia em que lideranças políticas e comunitárias da cidade ressaltaram a expectativa do novo ciclo econômico na cidade. Criado há cerca de uma semana, a partir da portaria assinada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o CAP de Antonina congregará representantes sindicais, do poder público e da classe empresarial ligados à atividade portuária local.
Mesmo tendo um CAP exclusivo, o Porto de Antonina permanecerá sob o comando da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), porém, com maior autonomia para decidir sobre os projetos dos terminais, públicos e privados, que serão instalados naquele porto.
Tal independência, segundo o superintendente da Appa, Eduardo Requião, é resultado de uma luta travada há tempos. ?A nossa expectativa foi muito grande em transformar Antonina numa cidade portuária. Defendo o CAP em Antonina porque defendo a cidade que, assim como o porto, precisa de investimentos privados e de uma discussão limpa e harmoniosa que tenha o objetivo de trazer benefícios para a cidade e para o Paraná?, disse.
A instalação de cursos técnicos voltados à área portuária, a concretagem das vias de acesso ao Porto de Antonina e a operação do modal ferroviário no Terminal da Ponta do Félix foram alguns dos exemplos citados por Eduardo Requião que, segundo ele, mostram quanto Antonina pode esperar de positivo sobre seu crescimento ligado ao sistema portuário.
O prefeito de Antonina, Kleber Fonseca, disse que a instalação do CAP demonstra mais uma vez o Governo Requião está sendo reconhecido como um divisor de águas. ?Antonina está sendo beneficiada com os projetos que estão desenvolvendo a cidade e a atividade portuária, porque conta com o apoio de pessoas interessadas no crescimento econômico e social do município?.
A opinião é compartilhada pelo diretor do Porto de Antonina, Leopoldino de Abreu Neto. Para ele, a cidade está cumprindo mais um degrau no seu destino de cidade portuária. ?Temos condições de fazer com que a comunidade adquira conhecimentos necessários para a boa condução dos assuntos relacionados à atividade portuária. A nova geração de antoninenses herdará um porto desenvolvido e em expansão?.
Desenvolvimento
Reconhecido no passado como o quarto porto brasileiro em movimentação de cargas, Antonina ocupa atualmente a 13ª posição entre os mais de 30 portos do país. Depois de 30 anos – praticamente esquecido e com suas operações paralisadas -, o terminal voltou às atividades em 2003, fechando o ano com o volume de 1 milhão de toneladas movimentadas.
?A criação do CAP em Antonina é um passo fundamental e estratégico que nasceu de uma necessidade de toda a comunidade. Hoje vemos uma alavancagem de países com propostas de modernização do setor portuário. Não existe um país rico e progressista sem portos viáveis e competitivos. Podemos triplicar a movimentação portuária em 2006, mas dependemos da vontade política voltada ao desenvolvimento constante desse setor?, disse o diretor do Terminal Ponta do Felix, Juarez Moraes e Silva, ao ressaltar a integração porto-cidade.
Esta mesma relação de integração entre porto e cidade vem sendo abordada por Eduardo Requião como imprescindível para o desenvolvimento de toda uma região. ?Vamos destacar novamente esse tema no Seminário Internacional de Portos Latino-Americanos, que promoveremos em 2006, para conhecer as experiências positivas existentes. Antes, porém, acredito que devamos rediscutir a Lei de Modernização dos Portos que, de tão importante, deve ser questionada, porque em 1993, quando foi criada, baseou-se em princípios neoliberais?, observou.
