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Quando os novos prefeitos assumiram seus mandatos no primeiro dia do ano (muitos deles reeleitos para o segundo mandato), grande parte nada teve a comemorar. Um levantamento, realizado por instituição voltada ao exame da situação pública, informava que 50% dos municípios vivem atualmente o clima da falência.

Esta é uma notícia de alta gravidade, tendo em vista a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, cujo objetivo primordial era impedir a escalada da gastança irresponsável dos dinheiros públicos. Percebe-se que com lei, ou apesar dela, as administrações públicas parecem não ter apreendido, ainda, a trabalhar dentro dos rigorosos limites impostos pela legislação.

Muitos dos novos prefeitos, especialmente, ficaram atônitos diante do montante das dívidas acumuladas na gestão anterior, delas tomando conhecimento praticamente ao assumirem a função, engrossada a carga de energia negativa dada à inexistência de horizontes próximos onde buscar recursos para basear a recuperação do desenvolvimento local. Gestores de cidades de grande e médio porte, sobretudo as que continuam sendo alvo das migrações internas, fenômeno detectado há décadas, mas jamais tratado com a necessária urgência, desde já se habilitam a cumprir mandatos que serão amesquinhados pelo prévio comprometimento da maior parte dos recursos financeiros municipais.

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O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, personagem bastante conhecido por seus constantes aparecimentos na mídia nacional, sempre na função de pregoeiro das misérias municipais, revelou nesta semana que as cidades brasileiras devem à União a bagatela de R$ 57 bilhões, dos quais a cidade de São Paulo, sozinha, arca com a formidável parcela de R$ 29 bilhões. A rigor, uma dívida impagável.

Difícil é convencer o cidadão que trabalha duro para sustentar a família e ainda pagar impostos de como essas coisas continuam a acontecer no País. Transposta essa dificuldade, imagine-se a hipótese ainda mais dolorosa e iníqua, que é lançar essa conta, pela enésima vez, sobre os ombros da cidadania.

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