A cantora e empresária Leila Maria Maciel Abrahão, de 50 anos, foi assassinada a tiros, em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes. O corpo foi encontrado pelo marido, o produtor cultural Edu Alves, que voltava de viagem. Os criminosos chegaram a revirar os cômodos, mas a polícia acredita que nada tenha sido levado. A cantora fez carreira no Japão com o nome artístico Leila Marya e repertório de música popular brasileira.

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O casal era dono de uma produtora, que funcionava em casa. Leila foi morta no estúdio. Pelo menos um dos tiros a atingiu na cabeça. A polícia acredita que ela conhecia o assassino, porque não havia sinal de arrombamento nas portas e janelas nem sinal de luta corporal. Os vizinhos não ouviram movimentação estranha.

Amigos do casal chegaram a dizer que caros equipamentos da produtora haviam sido roubados. Num dos computadores estariam músicas inéditas do cantor Roberto Carlos, que sairiam numa coletânea produzida por Edu Alves.

O delegado Carlos Augusto Nogueira, da 16.ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), negou que tenha havido roubo. "Acredito que tenha sido homicídio, não latrocínio. Eles reviraram alguns objetos para forjar um assalto, mas acredito que nada, ou muito pouca coisa, tenha sido roubado", afirmou. A assessora de imprensa de Roberto Carlos, Ivone Kassu, negou que o cantor tenha músicas inéditas produzidas por Edu Alves.

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Leila chegou a trabalhar como professora de inglês voluntária da ONG Casa Azul, cuja presidente de honra é a atriz Glória Pires. "Ela falava inglês e japonês muito bem. Gostava de andar de bicicleta, tinha uma voz linda. Era uma pessoa maravilhosa", disse uma funcionária da casa, que não quis se identificar. No Japão, seu CD mais conhecido é o "Janela do Tempo", cujo repertório inclui clássicos da MPB como "O Morro não Vez", "Eu e a Brisa", "Carinhoso" e "Sábado em Copacabana", entre outras.

A notícia da morte de Leila Marya causou confusão. Chegou-se a imaginar que se tratava da cantora carioca Leila Maria, que no mês passado lançou seu terceiro CD, Canções do amor de iguais. Leila Maria telefonou para amigos e familiares a fim de tranqüilizá-los.

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