Cansado de piadas, Leão aumenta cobrança a jogadores

O técnico Emerson Leão se cansou de ver o Corinthians sendo alvo de piadinhas, principalmente após o empate com o Pirambu por 1 a 1, na semana passada. O treinador não agüenta mais ouvir que sua equipe foi neutralizada por "uma calcinha preta" e que "dançou forró em Sergipe", alusões ao adversário de amanhã na Copa do Brasil, no Pacaembu. Calcinha Preta é um grupo de forró que patrocina o Pirambu.

A ordem de Leão é se impor. O discurso de respeito e de que o time sergipano trará muitas dificuldades foi abolido. Agora, os corintianos só falam em acabar com a série de quatro jogos sem triunfos e de passar por cima do adversário. "Nossa torcida não tem por que ficar preocupada amanhã. Nós não temos dúvida de que iremos nos classificar e eles também não precisam ter", disse o lateral-direito Eduardo Ratinho, de volta ao time após quatro meses se recuperando de problemas musculares – sua última aparição foi na derrota para o Lanús, na Argentina, por 4 a 2, pela Copa Sul-Americana.

Ratinho, agora, só fala em recuperar o tempo perdido. E, claro, com vitórias. "Sem desmerecer ninguém, mas vamos jogar em casa e não podemos pensar no empate por 0 a 0 (que garante vaga aos corintianos). Temos de vencer, e bem, para chegarmos empolgados no clássico", prossegue o ala, já pensando no confronto diante do Palmeiras, domingo, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista.

Com velocidade, ajuda mútua e união, Leão acredita que uma vitória vai abafar a crise no Parque São Jorge. O treinador sabe que já não é unanimidade no clube, mas nem sequer cogita a hipótese de pedir demissão. "Sou homem o suficiente para não jogar a toalha. Se não tivesse confiança na minha competência, não teria assumido a equipe na 20ª posição do Brasileiro de 2006", disse, ainda no sábado, para garantir não temer pressão.

Os ensaios de como a equipe salvará sua pele e atuará diante dos sergipanos começaram no treino coletivo desta terça-feira. Foram dois tempos, um de 30 minutos e outro de 24, com a equipe titular trabalhando em altíssima velocidade. Eduardo, pela direita, Edson, pela esquerda, mais Magrão, Willian e Roger no meio-de-campo e Nilmar e Arce, na frente, terão de se movimentar o tempo todo. "Não podemos ficar parados. Temos de confundir a marcação adversária", revela Eduardo, um dos destaques do treino e, ao mesmo tempo, um dos mais cobrados.

A cada lance errado, Leão fazia questão de parar e dizer como queria. Até de cobrança de lateral ele reclamou. Só com Eduardo, falou umas cinco vezes. "Não considero broncas, mas sim orientações. Ele sabe o que precisamos realizar dentro de campo e fez tais orientações para prestarmos atenção", observa o lateral, garantindo não estar com as orelhas quentes apesar das receber diversas cobranças. "Foram boas, pois até um gol no treino eu fiz", agradece o autor no segundo gol na vitória por 2 a 0 dos titulares. Arce abriu o marcador com belo chute.

Leão acredita que, cobrando mais do grupo, deixará os jogadores ligados. Nesta terça, fez um apelo interessante após uma bola perdida. "Temos de nos ajudar em campo. Bom companheiro é aquele que ajuda os companheiros.

Por falar em ajuda, Ratinho, desde sua contusão, vem sendo acompanhado de perto pelo treinador. Leão confia demais no jogador e sempre lhe disse isso. "Ele sempre me passou confiança e espero retribuir dentro de campo. Jogar bem e se classificar seria um prêmio não só para ele, mas também para mim e para minha família", diz Eduardo.

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