Brasília – Terminou há pouco a reunião em que os dois pré-candidatos presidenciais do PMDB, Anthony Garotinho e Itamar Franco, discutiram com os presidentes de diretórios regionais do partido a conveniência de uma candidatura própria ao Palácio do Planalto. A votação realizada sobre o assunto terminou com o placar de 13 votos contrários e 11 favoráveis ao lançamento de um candidato, mas os defensores da candidatura própria é que cantaram vitória, porque os Estados que possuem o maior número de convencionais – como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás – querem um peemedebista na corrida presidencial.
O fato significa que, na convenção nacional do partido que será realizada em junho para definir o nome de um candidato, os defensores da candidatura própria podem ter maioria. "Os Estados que votaram contra (na reunião de hoje), como Alagoas, têm 10 dez votos. A vitória da candidatura própria é avassaladora, com 457 dos 726 votos, na convenção", estimou Garotinho, ao final do encontro, há pouco. Segundo o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, a reunião de hoje cumpriu o seu objetivo, que era o de ouvir os representantes do partido em vários Estados e aferir os interesses partidários.
Já Itamar Franco, ao final da reunião, limitou-se a dizer que, "cada vez mais se fortalece no PMDB o desejo de uma candidatura própria." Temer admitiu que, na reunião de hoje, foi constatada uma divisão, mas destacou que mesmo os que optaram pela não candidatura em favor da liberdade de alianças nos Estados entendem que, se a convenção nacional de junho decidir pela candidatura própria, "eles fecham com o candidato."
Na visão do presidente do PMDB, o sentimento que prevaleceu hoje foi o de que "o partido não pode faltar ao País e deve participar da corrida sucessória". O ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcellos resumiu em uma frase o resultado da reunião: "Para não fugir da rotina, o PMDB está dividido."