O debate eleitoral marcado para a noite de amanhã na Rede Paranaense de Comunicação (RPC) promete ser mais acirrado do que o primeiro evento do gênero no segundo turno, no dia 14, quando os candidatos à prefeitura de Curitiba Beto Richa (PSDB) e Ângelo Vanhoni (PT) trocaram algumas ofensas e acusações. Desde aquele dia a campanha inflamou-se.
O candidato petista deverá retomar a estratégia de vincular Richa à atual administração, da qual é vice-prefeito, apresentando-se como a única novidade e certeza de mudança. Já Richa procurará mostrar que há distância ideológica e administrativa entre ele e o prefeito Cassio Taniguchi (PFL), insistindo em que não teve condições de colocar em prática suas idéias na prefeitura, fazendo-o apenas nas vezes em que ocupou interinamente o cargo. Mas também não deve se abster de partir para o ataque, repetindo as insinuações de que o PT tem responsabilidade nas invasões irregulares de áreas em Curitiba.
Esse deve ser o último ato televisivo antes das eleições em razão de a Justiça Eleitoral ter suspendido a divulgação de pesquisas – havia previsão de uma do Ibope entre amanhã e sábado. De acordo com o juiz da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba, D´Artagnan Serpa Sá, “as pesquisas estão apresentando margem de erro incompatíveis com a realidade”. Além disso, ele sugere que não há critérios definidos de representatividade e lembra que no primeiro turno houve muita diferença entre as pesquisas e o resultado das eleições.
Na manhã de hoje, um panfleto distribuído em alguns bairros de Curitiba, pedindo que as pessoas aproveitem o feriado para viajar e não para votar, foi motivo de acusações de ambas as partes. Em representação no Tribunal Regional Eleitoral, coordenadores da campanha de Richa alegaram que isso seria manobra de seus adversários. Já coordenadores de Vanhoni rejeitam, dizendo que se trata de “estratégia de criar fatos e produzir vítimas”.
Assinado por um desconhecido Movimento Não ao Voto Obrigatório, o panfleto diz que é melhor dedicar o feriado à família, não se importando nem mesmo com a justificativa, pois isso poderá ser feito posteriormente, pagando multa de apenas R$ 3,51. “O voto obrigatório fere o conceito de democracia, pois ao contrário de ser direito passa a ser obrigação”, diz o panfleto.
