Em debate promovido pelo jornal Folha de S. Paulo, os deputados Gustavo Fruet (PSDB-PR), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP) – atual presidente, candidato à reeleição – se manifestaram favoráveis ao reajuste dos salários dos parlamentares a partir do índice de inflação, mas também defenderam novas regras para o estabelecimento do teto salarial do serviço público.
Os três candidatos à presidência da Câmara se comprometeram a fortalecer a independência do Legislativo, limitar a edição de medidas provisórias e aumentar a transparência dos trabalhos e dos gastos na Casa.
Aldo Rebelo destacou algumas medidas adotadas sob sua gestão e se colocou como o candidato que representa com mais intensidade a unidade e a independência da Câmara, apesar de ter sido ministro e líder do Governo Lula. "Ninguém fica 30 anos integrando um partido político pequeno se não tiver apreço pela independência e pela capacidade de pensar pela própria cabeça", declarou. Em relação aos apoios políticos já recebidos, o atual presidente lembrou que a primeira legenda que manifestou favoravelmente à sua candidatura foi o PFL, que faz oposição ao governo. Isso, considerou o deputado, demonstraria o perfil "plural" de sua candidatura.
Arlindo Chinaglia declarou que foi procurado por deputados e líderes de "vários partidos" para que lançasse sua candidatura e que seu nome respeita o princípio da proporcionalidade. "Procurei o PMDB e disse que se o partido conseguisse lançar uma candidatura que unisse a Casa, eu apoiaria. Como a bancada do PMDB me apoiou, decidi me manter na disputa". Por ter a maior número de deputados, o PMDB tem a prerrogativa regimental de ocupar a presidência da Câmara.
Gustavo Fruet criticou o Governo Lula por adiar o anúncio dos novos ministros para depois das eleições da Câmara – "para premiar o eventual derrotado" – e classificou sua candidatura como a mais capaz de resgatar a Casa do "noticiário policial e recolocá-la no noticiário político".
Segundo o deputado paranaense, seus adversários têm comprometimento com o governo e com as crises políticas vividas pelo Congresso nos últimos meses: "O Aldo serviu de álibi ao presidente da República para negar que Lula conhecesse o esquema de mensalão, e a candidatura do Chinaglia se fortalece com pessoas que expuseram negativamente a Câmara junto à população".