Está sendo travada uma das lutas mais importantes das eleições municipais antes mesmo da campanha ir às ruas. Representantes da sociedade civil e do Judiciário estão tentando a liberação dos nomes dos candidatos que respondem processos criminais. A iniciativa, coordenada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), teve o apoio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, no entanto, recuou da decisão, alegando dificuldade de processamento de informações.
A medida precisa ter o apoio de todos. Que se vençam as querelas técnicas e que se divulguem estes dados. A sociedade precisa destas informações em um ano eleitoral. Estamos cansados de acompanhar políticos se aproveitando da falta de informações para ganhar eleições e a conseqüente imunidade.
Exemplo claro é do ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf. Ele é réu em dezenas de processos, foi condenado em alguns e já foi considerado carta fora do baralho na política. Mesmo assim, mantém forte a máquina do PP paulista, e conseguiu sua indicação para a eleição à Prefeitura de São Paulo. Seu nome foi contestado dentro do próprio partido, mas Maluf está garantido, e confia no seu estilo ?tocador de obras? para surpreender. O que é possível.
Em contrapartida, todo seu ?passado? fica ao largo, fruto de bom trabalho de marketing e de uma azeitada assessoria de imprensa. Com tantos processos nas costas, Paulo Maluf não poderia disputar a eleição – disputando, precisa ter seus dados jurídicos informados à sociedade.
Não é uma inquisição política.
É apenas o complemento da biografia do candidato. Todos nós temos erros e acertos. Alguns já passaram pelos tribunais. E tudo isto é contado em uma definição de emprego. Por que não pode ser colocado em consideração na hora de votar?
Por isso, é mais que justa a luta da AMB. Os magistrados cumprem um papel brilhante neste momento da política brasileira. E têm o apoio de todos. É de se duvidar que pessoas de bem não estejam ao lado desta iniciativa.
Só não apóia quem não tem a história limpa.