O médico homeopata Vanderlei Assis de Souza e o professor de filosofia e psicanalista clínico Irapuã Teixeira podem dizer que fazem parte da intrigante história política do Brasil. Com zero por cento de votos, eles conquistaram duas cobiçadas cadeiras entre as 70 da bancada paulista da Câmara dos Deputados.

Vanderlei recebeu 274 votos e Irapuã, 665. Ambos integram a cúpula do Prona. E, como amigos e auxiliares diretos do presidente do partido, o doutor Enéas Carneiro, estarão ao lado dele em Brasília, em cadeiras que, se dependessem apenas do número de votos obtidos, seriam destinadas a outros políticos.

Irapuã é vice-presidente do partido. A voz baixa, os cabelos e a barba grisalhos, ele ocupa um cômodo de 2,5×2,5 metros, contíguo à sala onde fica o líder do partido, Doutor Enéas. “O professor Irapuã e o doutor Vanderlei são homens seriíssimos do Prona”, anuncia Enéas. “Aqui não há mentecaptos, analfabetos e despreparados.”

Gaúcho de Porto Alegre, Irapuã tem um currículo com 12 folhas. Detentor de cursos de pós-graduação e doutorado em filosofia, Irapuã adianta que, no Congresso, pretende fazer um trabalho dedicado à questão da educação. Mas ressalva: “Tudo é prioridade, tudo são preocupações, o Brasil, como está hoje, necessita que olhemos com vigor”.

O professor já foi candidato ao governo do Rio Grande do Sul, em 1994, e candidato a vice-presidente da República em 1998.

Nas duas experiências, amargou derrotas. O médico Vanderlei também é um dos fundadores do Prona. Ele não quis falar sobre sua plataforma de trabalho na Câmara.

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