O candidato do PSB à presidência da República, Anthony Garotinho, primeiro a expor suas propostas para a agricultura no debate entre os principais candidatos ao Planalto, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), disse que seu programa para o setor é baseado em quatro pontos, porém, ele só teve tempo para apresentar dois, na sua exposição inicial.

O primeiro deles é que a agricultura precisa, segundo ele, de um ?choque de crédito?, com juros decrescentes dos atuais 8,75% ao ano. No primeiro ano de seu eventual governo  ele defende a queda dos juros para 7% e depois para 6%. Em segundo lugar, ele disse que é preciso um ?choque tecnológico? para o País poder exportar produtos agrícolas com maior valor e agregado.

Em sua exposição, o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, defendeu que o Brasil só conseguirá resolver os problemas setoriais na medida em que abandonarem por completo o atual modelo macroeconômico. Ciro afirmou que a revogação do atual modelo econômico permitirá que o governo busque aprimorar as ferramentas que serão fundamentais para o crescimento dos diversos setores da economia, entre eles o agropecuário. Para o candidato da Frente Trabalhista, o próximo governo precisa reformular a estrutura tributária do País, melhorar as condições de crédito, investir em biotecnologia e logística de transporte.

 O candidato da Grande Aliança, José Serra, defendeu, em sua apresentação inicial no debate na CNA, que para que se obtenha melhoria significativa na agropecuária brasileira é preciso que o setor seja valorizado pelo governo, é preciso melhorar a renda do setor e é preciso lutar contra o protecionismo do exterior.  Serra defendeu o estabelecimento de taxas de juros fixas para os produtores rurais. Ele afirmou que em seu governo pretende criar 3 milhões de empregos nesse setor. Ele considera que a agropecuária deu importante contribuição na luta contra a inflação desde a implantação do real, além de grande contribuição para o balanço de pagamentos ao obter um saldo de US$ 19 bilhões no ano passado. Segundo ele, a agricultura é importante para assegurar o desenvolvimento do interior do País e tem condições de oferecer um grande número de empregos com o seu fortalecimento.  O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a principal definição política que deve haver no País é de que a agricultura ?é , foi e será um dos principais pilares do desenvolvimento?.

O petista lembrou que a agricultura é grande gerador de emprego e ajuda a manter a população em sua terra natal. Ele criticou o atual governo, que, segundo ele, pretendia que apenas 4% da população permanecessem no campo, sem que houvesse condições de as cidades absorverem o restante da população.

Lula destacou que é importante agregar tecnologia à produção, não apenas dos setores exportadores, mas também da agricultura familiar voltada ao mercado interno. Segundo ele, é importante agregar valor à produção pois o País não pode ser apenas um produtor de grãos. Ele lembrou que o Brasil está entre os maiores produtores de café em grão, enquanto a Alemanha, que não produz o produto, é exportadora de café solúvel. Lula disse ainda que é preciso acabar com a intermediação financeira no setor e disse que para isso pretende criar muitas cooperativas de crédito em todo o País.

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