Seis candidatos a governador de Pernambuco, o senador Carlos Wilson (PTB-PE) e o prefeito do Recife, João Paulo (PT), acusaram hoje, na capital pernambucana, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de prejudicar os candidatos de oposição no Estado, por meio de censura prévia, punições indevidas e cerceamento da liberdade de expressão.
?Está havendo dois pesos e duas medidas?, afirmou o candidato a governador de Pernambuco Humberto Costa (PT). O advogado da Frente de Esquerda (PT-PC do B-PCB-PL), Cláudio Ferreira, mostrou que, das 12 ações interpostas pela coligação até agora, 11 foram derrotadas e apenas uma acatada. Além disso segundo Costa, a Coligação União por Pernambuco, do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato à reeleição, tem os processos e recursos julgados de imediato, enquanto os do PT são decididos até depois de uma semana. ?Esta demora é prejudicial?, acrescentou.
Por determinação do TRE, a imagem e a voz dos candidatos da chapa majoritária da Coligação União por Pernambuco Vasconcelos, o vice-presidente Marco Maciel, candidato do PFL a senador, e o candidato a senador Sérgio Guerra (PSDB) não podem ser usados pelos adversários. Para Ferreira, a decisão vai de encontro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que permitiu o uso ao senador José Serra (PSDB-SP) e ao ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (Frente Trabalhista). Também foi censurado, previamente, pelo TRE o uso das expressões ?anões do Orçamento? e ?escândalo do Orçamento? (que vieram a público em 1993, envolvendo políticos e empreiteiras em corrupção) e a vinculação das mesmas a Guerra, que foi inocentado no caso.
Hoje, a publicidade eleitoral gratuita da Frente de Esquerda, de 2 minutos e 53 segundos, foi retirada do ar como punição pela veiculação de uma esquete de 30 segundos que o TRE entendeu que ridicularizava o governo estadual. O advogado afirmou que a legislação prevê a suspensão do dobro do tempo, quando a ridicularização é feita por terceiros e não pelo candidato a governador (como foi o caso), o que daria um minuto.