Candidatos à prefeitura de Curitiba são contra os radares

Dez dos 13 candidatos à prefeitura de Curitiba são contra o uso de radares para multas, como funcionam hoje e, caso eleitos, irão modificar o sistema. Para Mauro Moraes, candidato do PL, “o radar em Curitiba é uma verdadeira arapuca”. Segundo Moraes, se o objetivo fosse realmente educar o motorista, as multas teriam que ser simbólicas. “A prefeitura paga R$ 6,8 mil por mês pela locação de cada radar. Mesmo assim, apenas em 2003, arrecadou R$ 60 milhões com as multas dos radares”, afirmou o candidato do PL.

Angelo Vanhoni, candidato pelo PT, acredita que é preciso rever a política de instalação de radares em Curitiba. “Os radares não podem ser utilizados como instrumento de arrecadação da prefeitura, mas sim como disciplinamento do tráfego e, fundamentalmente, de preservação e de respeito a vida”, afirmou. Vanhoni aposta na substituição dos radares por lombadas eletrônicas nos pontos de maior incidência de acidentes de trânsito e atropelamentos. “É preciso também investir em campanhas educativas que envolvam desde escolas, igrejas, associações de moradores até ONGs e entidades da sociedade civil”.

Os candidatos Melo Viana (PV) e Rubens Bueno (PPS) criticam, além dos locais de instalação dos radares, o contrato firmado com a empresa contratada pela prefeitura e que gerencia os equipamentos. “É preciso conhecer detalhadamente o contrato e rever o valor repassado mensalmente à empresa que aplica as multas”, afirmou Viana. “É preciso abrir para a sociedade, de forma transparente, a aplicação dos recursos arrecadados com as multas”, completou Bueno.

Educação

Para Viana, os radares devem ter função educativa. “Da maneira como está sendo usado em Curitiba, o aparelho tem função única e exclusivamente de multar. A Rua Nilo Peçanha é um bom exemplo: há dois radares em locais onde a velocidade poderia ser tranqüilamente superior a 60 km/hora. Mas há quatro escolas na mesma rua sem radares ou lombadas eletrônicas”, citou o candidato do PV. Os dois também concordam que a colocação de viaturas do Diretran nos pontos onde há radares seria mais produtivo. “É preciso fazer um levantamento minucioso dos radares na cidade e tirar todos os ‘desonestos’, aqueles que estão sem sinalização. Se eleito, vou manter somente aqueles que estejam em locais perigosos, mas com a presença da Diretran para instruir e educar os motoristas até que se crie uma cultura de cautela e o radar possa ser retirado”, disse Bueno.

“Sou contra os radares porque são verdadeiras arapucas eletrônicas. Se eleito, vou retirar todos os radares e substituí-los por lombadas eletrônicas, mas apenas em hospitais, escolas, creches e locais de grande circulação”, garantiu Leopoldo Campos, do PSDC. Para ele, os radares da maneira como estão sendo usados têm apenas o objetivo de multar. O candidato aposta também na utilização de sinalização preventiva e de redutores de velocidade.

Para Vera Helena Teixeira, do PRTB, os radares deveriam estar em lugares onde realmente fossem necessário e bem sinalizados. “Falo não como candidata, mas como motorista. A cidade é nossa e a gente tem o direito de saber onde estão os radares. O Governo precisa interagir com a população”, afirmou.

Transparência

Achiles Ferreira Junior, candidato pelo PTC, defende transparência em todo o processo de aplicação de multas por radar: “a população tem que saber quais são os critérios para colocação dos radares, determinação do valor das multas e aplicação dos recursos arrecadados com as infrações”. O candidato, assim como a grande maioria, defende a utilização de lombadas eletrônicas.

“A arrecadação tem cifras astronômicas e, na minha concepção, nenhuma multa pode ter caráter arrecadatório porque é inconstitucional”, afirmou o candidato Jorge Luiz de Paula Martins (PRP). Para ele, os radares são aceitáveis desde que sejam para dar segurança ao cidadão e instalados em áreas como as próximas de escolas, os radares são viáveis.

Gilberto Félix, candidato do PSTU, afirmou que “já foi comprovado que os radares tiveram instalação irregular e acredito que a seriedade dos sistema está comprometida”. Félix lembra que os radares não atingem sua finalidade porque as pessoas decoram os pontos que estão instalados e reduzem a velocidade apenas naquele trecho.  Para Pedro Manoel Neto, do PMN, “é necessário um estudo aprofundado para analisar se o modelo em operação é correto, legal e moral”. O candidato sugere um laudo técnico para comprovar se o sistema realmente serve para prevenir acidentes e proteger o motorista curitibano.

Os candidatos Osmar Bertoldi (PFL) e Beto Richa (PSDB) foram procurados mas não quiseram dar opinião sobre o assunto. Já Danilo D´Avila, candidato do PT do B, foi procurado mas não foi encontrado. Segundo sua assessoria, Danilo estava em viagem, sem comunicação.

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