O candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, endureceu o discurso contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cobrou esclarecimentos sobre quem é o "chefe da quadrilha de 40 ladrões". Também acusou Lula de populismo cambial e fiscal, que gera "emprego na China" e leva a uma grave crise na indústria. "Sobre caráter, eu acho difícil que o presidente Lula possa discorrer sobre esse tema", criticou Alckmin
O candidato esteve na noite de ontem na festa de peão de boiadeiro de Americana, onde foi recebido por uma platéia dividida entre aplausos e vaias. No palco, durante a abertura do evento, Alckmin vestiu chapéu de boiadeiro e foi chamado diversas vezes, por vários membros da organização da festa, de o "eterno governador".

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Um deles lembrou que o tucano derrubou a proibição da realização desse tipo de festa, com uma ação direta de inconstitucionalidade. Mesmo assim, quando a palavra foi passada ao candidato, às 22h15, o público vaiou por vários minutos. Alckmin preferiu um discurso breve, valorizando a importância do interior. "Todos nós temos um pé no interior", disse.

Depois da má recepção no palco, Alckmin passeou pelo recinto do evento, recebeu cumprimentos, tirou dezenas de fotografias, aceitou um gole de cerveja e parou em um barraca para tomar dois cafés, onde pulou uma mureta para se aproximar das moças que serviam. Em entrevista coletiva, Alckmin investiu em críticas contra o governo federal. Disse que pretende mudar a política macroeconômica.

Segundo Alckmin, a administração de Lula está levando "a uma grave crise na indústria" e "à maior crise na agricultura dos últimos 40 anos". Disse que "essa política está errada, precisa ser corrigida". Alegou que a maior parte das conseqüências do populismo cambial e fiscal será percebida no próximo ano. "Não se pode governar um País com base num projeto eleitoral, é preciso um projeto de desenvolvimento", afirmou o candidato tucano. Alertou também que o presidente "não pode querer, da oposição, impunidade". "Não vai ter. Se queremos viver em democracia, não pode haver impunidade para quem comete crime.

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