Em ato de lançamento de seu programa de governo no Rio, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin chamou o PT de "sofisticada organização criminosa" e prometeu, se eleito, uma auditoria geral no governo. Os objetivos, segundo o candidato, são combater a corrupção e recuperar os recursos desviados. Alckmin acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do PT, de responsabilidade pelo aparelhamento do Estado que, afirmou, gera ineficiência, desvios de dinheiro e escândalos com o do dossiê Vedoin, supostamente negociado com petistas por R$ 1 7 milhão.
"Não estamos enfrentando candidatura, estamos enfrentando sofisticada organização criminosa incrustada no Estado brasileiro", afirmou o ex-governador paulista, sob aplausos da platéia reunida sob uma tenda montada na Marina da Glória. "Eles vão fazer o possível e o impossível para não chegarmos lá. Porque vou auditar estatal por estatal, empresa por empresa. Vou criar na Advocacia Geral da União um grupo especializado só em recuperar dinheiro roubado, e já vai ter muito recurso para poder investir nos hospitais, investir na educação, investir na saúde.
Alckmin disse entender que o PT e o governo ultrapassaram "todos os limites de tolerância possíveis". "Essa sofisticada organização de pessoas cometendo crimes no governo envolve desde ONGs ligadas ao PT, dinheiro que some da Secretaria de Comunicação, dinheiro sujo do crime, desvio de recursos, dossiês para mudar o resultado eleitoral, ações criminosas, um conjunto de fatores", disse. "Passa pelo mensalão, pelo cuecão, pelo valerioduto. Infelizmente, vemos que o aparelhamento do Estado brasileiro pelo Lula e pelo PT levou a situação de total descontrole. Não há nenhum controle mais dos recursos públicos.
Em seu pronunciamento, Alckmin praticamente deixou de lado o tema do encontro – o programa de governo – para abordar a corrupção. "Isso começou lá atrás", destacou. "O que é o mensalão? Mensalão é um poder querendo subjugar o outro, um poder não dialogando, mas um poder comprando um outro poder. O País está envergonhado, mas eles não têm vergonha. Perderam a vergonha, esse é o fato. Ética é palavra unívoca. Não tem duas éticas. Não tem uma ética quando se é oposição e se é intransigente, e uma ética quando se é governo, e (se) é cínico com o povo brasileiro. A ética é uma só.
O tucano também atacou o suposto envolvimento do dirigente petista e diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) Jorge Lorenzetti, conhecido por fazer churrascos para o presidente da República, no caso do dossiê Vedoin. "Aliás, só no governo Lula o churrasqueiro do presidente vira diretor de banco estatal", ironizou.
