A confirmação dada pelo próprio Guillermo Cañas de estar sob investigação de doping – o que já o levou a desistir de defender a Argentina no próximo mes pela Copa Davis, diante da Austrália – vai ter reação direta nos treinamentos de Gustavo Kuerten, companheiro de equipe do tenista argentino. Guga passará agora a ser praticamente exclusivo do técnico Hernan Gumy, uma vez que Cañas deverá ser suspenso do circuito.

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Consternado Cañas resolveu, como ele mesmo definiu, dar a cara para bater e antes mesmo de um anúncio oficial da ATP, falou sobre a investigação de doping, detectado em Acapulco, em fevereiro, motivado pelo uso de um diurético. "Recapitulamos eu a minha equipe tudo o que tomei e não encontramos nenhuma substância proibida", contou Cañas, em uma entrevista em Buenos Aires, ao lado da namorada e tenista Maria Emilia Salerni e do preparador físico Fernando Cao. "Confio muito no sistema de doping da ATP, mas, sinceramente, espero que esteja errado."

Embora tenha dado resultado positivo em fevereiro, no México, Cañas só foi notificado pela ATP – de que estava sob investigação de doping – em abril, no Masters Series de Roma. Coincidência ou não, a mesma semana em que Guga passou a treinar com o técnico do argentino, Hernan Gumy. O resultado oficial e a punição só deverá ser conhecido dentro de sete semanas.

O caso de Cañas é o 4.º doping em quatro anos no tênis argentino. Juan Ignacio Chela foi pego em 2001, por uso de metiltesterona em Cincinnati, cumprindo suspensão de três meses; em dezembro do mesmo ano, Guillermo Coria, por uso de handrolona foi suspenso por sete meses; e em janeiro de 2004, o atual vice-campeão de Roland Garros, Mariano Puerta ficou sete meses afastado do circuito por causa de clenbuterol. Um outro argentino, Martin Rodrigues, chegou a ser advertido pela ATP, por causa de cafeina, mas não chegou a ser suspenso.

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Com 27 anos, Cañas é o tenista argentino mais bem colocado no ranking mundial, ocupando a 8.ª colocação. Os rumores do caso de doping apareceram esta semana, em razão da repentina desistência do tenista em disputar o torneio de Wimbledon. E para evitar que a equipe da Davis argentina possa ser prejudicada, Cañas resolveu assumir a responsabilidade e deixar o time no confronto diante da Austrália. "Sempre fui muito claro e objetivo, jamais deixei de dar a cara e não vai ser agora que será diferente".

Guga esteve treinando com Cañas desde Roma. Agora, depois de um longo período de treinamento na Europa, o tenista volta ao Brasil para preparar-se para a disputa da Copa Davis no confronto Brasil x Antilhas Holandesas, em Joinville, de 15 a 17 de julho.

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