A expectativa do ministro Eduardo Campos, da Ciência e Tecnologia, é de que o programa espacial tenha o maior orçamento de sua história em 2005, algo em torno de US$ 100 milhões. Sua manifestação foi feita no Seminário de Revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), hoje, em Brasília.
O programa teve, na média, nos últimos 10 anos, orçamento de US$ 34 milhões, segundo Campos. O ano de 2002 foi o de menor investimento. Os recursos não alcançaram os US$ 5 milhões, segundo o ministro. "Pode parecer expressiva a cifra de US$ 100 milhões, mas isso se levarmos em conta os números brasileiros. Por outro lado, é um número modesto quando comparado com outros programas espaciais", observou.
A aprovação desse valor contempla já os preparativos para a reconstrução da torre de lançamento de Alcântara e o lançamento do quarto protótipo do foguete VLS-1, segundo o presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi. De acordo com ele, o novo projeto da torre, destruída no incêndio ocorrido em agosto de 2003, deve ficar pronto ainda este ano. "O projeto básico está em elaboração por técnicos do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço) que também entendem do foguete e estará concluído até o final do ano", previu o presidente da AEB.
Segundo Gaudenzi, as obras para a construção de uma torre idêntica à que foi destruída levariam um ano. Mas é possível que o governo opte por construir uma torre já credenciada ao lançamento de outros foguetes VLS com tecnologia mais avançada. "Nesse caso, a obra levaria de um ano e meio a um ano e oito meses", afirmou.
O presidente da AEB disse ainda que o Brasil cumprirá com as obrigações acertadas com a agência espacial norte-americana, Nasa, relativas à construção da Estação Espacial Internacional (ISS). "Esperamos que o orçamento para a participação brasileira na ISS seja aprovado pelo Congresso em 2005. Mas já sinalizamos para a Nasa que vamos cumprir com nossa parte", contou.
O Brasil investirá R$ 10 milhões em equipamentos e desenvolvimento de tecnologias na sua participação na montagem da ISS. "Sabemos da importância desse acordo, porque isso certificará internacionalmente tecnologias desenvolvidas por empresas brasileiras", observou Gaudenzi.
Segundo ele, está confirmada também uma possível viagem ao espaço do astronauta Marcos Pontes, em treinamento há cerca de cinco anos no Centro de Lançamento Espacial John Kennedy, nos Estados Unidos. "Desde que, respeitada a fila de outros astronautas, ele seja escolhido, teremos um astronauta nosso viajando ao espaço", concluiu.
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