O Fórum Terra, Território e Dignidade, evento paralelo à Segunda Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, foi aberto hoje (6) com críticas ao modelo neoliberal de agricultura. Esse modelo daria prioridade ao comércio agrícola internacional em detrimento ao desenvolvimento local.

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Camponeses apresentaram uma pequena peça teatral que retratava as organizações internacionais como Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional a serviço do capital internacional.

A representante no Brasil da Via Campesina, Irma Ostroski, pediu desculpa aos representantes do Haiti pela presença das tropas brasileiras naquele país. "As tropas brasileiras no Haiti não é uma decisão do povo brasileiro", ressaltou Irma.

No discurso, ela criticou o modelo de reforma agrária neoliberal voltado para os interesses do agronegócio: "Nos últimos quinze anos, a maioria dos governos aderiu ao neoliberalismo, e essa adesão colocou os nossos países numa situação de submissão total aos interesses do capital financeiro internacional."

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O representante do Comitê Internacional de Planejamento para Soberania Alimentar (CIP), orgão articulador do fórum paralelo, Antônio Honorate, lembrou que os camponeses querem uma reforma agrária voltada para o desenvolvimento rural dos pequenos agricultores, independente do modelo estabelecido pelos organismos internacionais de financiamentos.

A cerimônia de abertura do Fórum Terra, Território e Dignidade contou também com a participação do ministro da Reforma Agrária, Miguel Rossetto, e do representante órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o iraniano Parvis Koohafkan.

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O evento foi realizado no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre, no mesmo local onde será realizada a Segunda Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural.