Depois do pleno êxito da 15ª Festa Nacional do Carneiro no Buraco, ao
contabilizar a presença de 150 mil pessoas que passaram no Parque de Exposições
de Campo Mourão, durante os seis dias de atrativos, ?a região ficou com a tarefa
de realizar o seu maior desafio: tornar-se pólo da cadeia produtiva da
ovinocultura do Paraná?, destacou Orlando Pessuti, vice-governador e secretário
da Agricultura e do Abastecimento. Segundo Pessuti, a mobilização dos criadores
e da agenda técnica, turística, cultural e gastronômica deste evento anual que
extrapola fronteiras levando a marca da atividade ovina no cenário nacional e
internacional.
De uma iguaria criada em 1962 pelos pioneiros já falecidos
Ênio Queiroz, Joaquim de Oliveira e Saulo Caldas para acompanhar a disputa da
Copa do Mundo no Chile e tornado prato oficial do município em 1990, pela
confraria Boca Maldita, o carneiro no buraco até em sua 12ª edição era preparado
com a carne fornecida por abates fora da região e do Estado. Ao integrar o novo
governo, Pessuti então questionou a possibilidade da região rever a situação e
implantar a ovinocultura.
Nesta 15ª edição da festa, o Governo do Paraná,
através da Secretaria da Agricultura, juntamente com a sua empresa vinculada
Emater, prefeitura e Secretaria Municipal de Agricultura, Comcam e Sindicato
Rural, elaboraram uma estratégica programação, com a realização no dia 9, do III
Encontro Regional da Ovinocultura de Corte para 120 participantes. Na noite
deste mesmo dia, aconteceu o 1o Leilão de Ovinos integrando associados da
Ovinopar, Ovinomar e Ovinocamp, com 60 lotes em pista totalizando 138 animais,
sendo 33 machos e 105 fêmeas, das raças Santa Inês, Texel, Ille France, Dorper e
Dortex. Após o leilão, a confraternização dos criadores com buchada de carneiro
e carneiro na brasa.
A região já está organizando os criadores ao
constituir em janeiro deste ano o Núcleo dos Criadores de Ovinos de Campo
Mourão, a Ovinocam, que integra 42 associados e rebanho de 6 mil cabeças,
distribuídos em 8 municípios. Para seu presidente Geraldo Sebastião dos Santos,
da Estância Arvoredo, comunidade Alto Cafezal, em Campo Mourão, onde cria há
dois anos 150 cabeças da raça Santa Inês, ?o gargalo da atividade é a
comercialização, porque não existe regularidade de consumo e falta formar macro
parcerias voltadas ao volume potencial de abate?.